Nesse texto quero compartilhar um sentimento. É de impotência diante da vida. Antes de contar a minha breve situação e de profunda mágoa vou explicar o título da postagem.
“De onde vem essa força?” foi uma pergunta feita pela repórter Lizie Antonello, da editoria de Geral, do jornal Diário de Santa Maria, em um depoimento prestado ao blog Os Bastidores do Diário. Ela retratou sua experiência de cobrir o velório, na última quinta-feira, de Jason de Mello Brondani, um menino com 42 dias de vida. A jornalista estava acompanhada do fotógrafo Lauro Alves e de uma equipe da RBS TV.
A criança foi enterrada em Faxinal do Soturno, terra dos pais. O bebê nasceu com uma rara doença no intestino e percorreu quilômetros para conseguir uma vaga em um hospital de Porto Alegre, onde passaria por uma cirurgia. Leia a matéria completa.
O envolvimento
Soube da morte da criança logo pela manhã, quando cheguei à redação da RBS TV Santa Maria, na última quinta-feira (16). A recepção da notícia foi de profunda tristeza e surpresa imediata acompanhadas de um grito de lamento.
A RBS TV de Santa Maria ainda não havia noticiado a luta de vida da criança, porque o menino nasceu em Ijuí, depois foi levado para Pelotas e por seguinte à Capital. Nessas três cidades, as “praças locais” fizeram reportagens sobre o caso.
Eu tive conhecimento da história do menino depois de trocar e-mails com a assessoria de imprensa da prefeitura de Faxinal do Soturno. Como trabalho com produção cultural para o Jornal do Almoço, o jornalista Norton Ávila me encaminha as datas dos eventos que vão ocorrer na cidade.
No dia 13 de setembro, segunda-feira, ele enviou o seguinte e-mail:
“Jantar Beneficente ao recém-nascido Jason de Mello Brondani
Quando: 18 de setembro de 2010
Horário: 20h30min
Ao ler, fiquei curioso. Respondi o e-mail perguntando por que o jantar era beneficente. Na quarta-feira, dia 15, na metade da tarde eu li o retorno da assessoria. Soube da doença rara do menino e que a verba seria para ajudar a família nos custos com viagens, hospitais e medicamentos.
Minha família já passou por uma situação muito semelhante. Já senti na pele a necessidade de receber ajuda de outras pessoas.
No momento, pensei que precisava fazer alguma coisa para ajudar. Comecei a apurar mais informações sobre o caso. Estava levantando fatos que sustentassem uma reportagem local, a partir do jantar beneficente.
O material já estava pronto para ser oferecido na reunião de pautas, às 13h30min, de quinta-feira, dia 16. Contudo, Jason partiu antes, na manhã do mesmo dia. Senti um vácuo.
O sentimento de impotência derrubou meu chão. A frustração abriu um vazio no peito. “Por que estas coisas acontecem?”. Acompanhei o caso e o velório de longe. Tive um breve envolvimento com a situação e senti a dor da perda de uma criança tão distante de mim.
Ao ler Os Bastidores do Diário, e as colocações da jornalista, passei a refletir para saber “de onde vem essa força?”.
Até agora, não descobri...
Clique aqui para ver a reportagem na RBS TV Pelotas, de sexta-feira (10)
Clique aqui para ver a matéria publicada no Clicrbs, de sexta-feira (10)
Olá Bernardo! Aqui na prefeitura também a dor foi grande, além da doença, compartilhavamos diariamente a dor da avó de Jason, que é a nossa secretária da Educação. O clima aqui na prefeitura nas últimas semanas era pesado e de esperança.
ResponderExcluirNorton Avila