Foto: Bernardo B. BortolottoEra fim de tarde de um domingo. Eu estava na beira de um lago, sentado sobre a grama e escorado no tronco de um eucalipto. Eu não estava sozinho. Comigo havia uma linda mulher. Juntos, ali viveríamos momentos incríveis de amor. Faltavam alguns minutos para o sol se pôr atrás das árvores do outro lado do lago. O reflexo do astro maior na água deixava a paisagem ainda mais bela. O verde vivo da grama contrastava com o marrom opaco dos espessos caules das árvores ao nosso redor.
O cenário pedia um romance. E confesso: era tudo o que eu queria. Então, deitei minha cabeça sobre as pernas dela e logo senti suas mãos. O movimento leve de seus dedos em meus cabelos me deixou relaxado. Estava cada vez mais certo do que o sol presenciaria nos seus últimos instantes do dia.
Senti uma leve brisa sobre o rosto. O vento trouxe o cheiro dos eucaliptos. Estávamos, eu e ela, gozando de tudo que a natureza tinha para nos oferecer. Sozinhos, podíamos ouvir os pássaros cantando de longe. Somente a metade do sol ainda nos iluminava. De joelhos na frente dela, percebi que, uma das alças de sua blusa estava caída sobre o ombro direito. Como se pedisse para sair de seu corpo. Olhei em seus olhos. Percebi seus cabelos compridos e lisos balançarem com o vento. Não resisti.
Levei meu rosto para perto de seu ombro e por alguns segundos, que para mim foram uma eternidade, senti o cheiro dela. Desci meu rosto sobre seu braço. Me senti em um lugar distante. Flutuando. Sua pele macia, bem tratada, parecia seda. Era refrescante. Então, eu a deitei na grama.
Os raios do sol, agora escondido atrás das árvores, ainda encontravam pequenos espaços entre galhos e folhas. Parte do céu estava alaranjado. Abraçado nela e deitado apenas com meu peito sobre seu corpo, senti que sua perna acariciava a minha. Um movimento sutil. Carinhoso. Olhei para seu rosto. Ela sorria. Olhei mais um pouco e vi que, desta vez, as duas alças da blusa estavam caídas, porém, desceram até a altura dos cotovelos.
Passei a mão em seus braços. A agarrei firme e com minha boca cheguei próximo da sua orelha esquerda. Iria lhe dizer palavras românticas, afinal, o sol pouco nos observava e os pássaros já se recolhiam para seus ninhos. Neste momento ela contraiu o rosto. Dei por conta que minha barba raspara em seu pescoço. Vi que ela estava arrepiada. Então perguntei se arrepiar lhe fazia bem. Ela respondeu com um sussurro, lentamente: “adoro”.
Esqueci tudo o que iria dizer. Passei a beijar o seu pescoço. Com as pernas, ela puxava meu corpo contra o dela. Minhas mãos deslizavam pelas suas costas e cabelos. Ela atirou a cabeça para trás. Com meus beijos comecei a percorrer o seu pescoço. Não só as suas pernas, mas também seus braços me entrelaçaram e pressionavam sobre seu corpo. Já estava com minha mão esquerda acariciando sua barriga, enquanto a direita segurava sua nuca. Com meus lábios fazia o caminho do peito. De repente: bip, bip. Ah, o despertador!! Queria tanto continuar dormindo esta manhã...
Bernardo B. Bortolotto - *Acadêmico de Jornalismo
E-mail: colunabbb@gmail.com
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 07 de fevereiro de 2009
O cenário pedia um romance. E confesso: era tudo o que eu queria. Então, deitei minha cabeça sobre as pernas dela e logo senti suas mãos. O movimento leve de seus dedos em meus cabelos me deixou relaxado. Estava cada vez mais certo do que o sol presenciaria nos seus últimos instantes do dia.
Senti uma leve brisa sobre o rosto. O vento trouxe o cheiro dos eucaliptos. Estávamos, eu e ela, gozando de tudo que a natureza tinha para nos oferecer. Sozinhos, podíamos ouvir os pássaros cantando de longe. Somente a metade do sol ainda nos iluminava. De joelhos na frente dela, percebi que, uma das alças de sua blusa estava caída sobre o ombro direito. Como se pedisse para sair de seu corpo. Olhei em seus olhos. Percebi seus cabelos compridos e lisos balançarem com o vento. Não resisti.
Levei meu rosto para perto de seu ombro e por alguns segundos, que para mim foram uma eternidade, senti o cheiro dela. Desci meu rosto sobre seu braço. Me senti em um lugar distante. Flutuando. Sua pele macia, bem tratada, parecia seda. Era refrescante. Então, eu a deitei na grama.
Os raios do sol, agora escondido atrás das árvores, ainda encontravam pequenos espaços entre galhos e folhas. Parte do céu estava alaranjado. Abraçado nela e deitado apenas com meu peito sobre seu corpo, senti que sua perna acariciava a minha. Um movimento sutil. Carinhoso. Olhei para seu rosto. Ela sorria. Olhei mais um pouco e vi que, desta vez, as duas alças da blusa estavam caídas, porém, desceram até a altura dos cotovelos.
Passei a mão em seus braços. A agarrei firme e com minha boca cheguei próximo da sua orelha esquerda. Iria lhe dizer palavras românticas, afinal, o sol pouco nos observava e os pássaros já se recolhiam para seus ninhos. Neste momento ela contraiu o rosto. Dei por conta que minha barba raspara em seu pescoço. Vi que ela estava arrepiada. Então perguntei se arrepiar lhe fazia bem. Ela respondeu com um sussurro, lentamente: “adoro”.
Esqueci tudo o que iria dizer. Passei a beijar o seu pescoço. Com as pernas, ela puxava meu corpo contra o dela. Minhas mãos deslizavam pelas suas costas e cabelos. Ela atirou a cabeça para trás. Com meus beijos comecei a percorrer o seu pescoço. Não só as suas pernas, mas também seus braços me entrelaçaram e pressionavam sobre seu corpo. Já estava com minha mão esquerda acariciando sua barriga, enquanto a direita segurava sua nuca. Com meus lábios fazia o caminho do peito. De repente: bip, bip. Ah, o despertador!! Queria tanto continuar dormindo esta manhã...
Bernardo B. Bortolotto - *Acadêmico de Jornalismo
E-mail: colunabbb@gmail.com
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 07 de fevereiro de 2009
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