Caro leitor, você está acostumado a ler crônicas neste espaço. Nesta edição, a coluna Crônicas será ocupada por um comentário de um episódio lamentável.
No sábado passado, a prefeitura promoveu um baile popular, na Praça Crescêncio Pereira. A promoção faz parte das comemorações de aniversário de São Pedro do Sul. Na ocasião, uma banda subiu ao palco para animar a população. E, estava animado e divertido. Estaria tudo dentro da normalidade, se não fosse pela insegurança.
Neste evento gratuito, - com venda de bebidas alcoólicas aos arredores e lotado de gente - sabe quantos seguranças circulavam pelo local? Nenhum. Exceto, três policiais em uma esquina. Para que você compreenda leitor, a quadra da Rua Expedicionário Almeida, em frente à Praça, foi fechada para receber o público. Cerca de mil pessoas estavam presentes.
Agora imagine você, somente três policiais, à distância, cuidando da segurança de uma multidão. Sim, caro leitor, ocorreu uma briga, entre, pelo menos, dez pessoas. Voaram cadeiras, mesas e garrafas. Sobraram empurrões, socos e chutes.
Os policiais foram acionados. Fizeram a sua parte, da maneira como puderam, afinal de contas, estavam entre três. Vamos ressaltar que, naquela ocasião, seria bem vinda uma intervenção do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar (BM). A cidade não conta com tal recurso.
Na edição 231 da Gazeta Regional, do dia 11 de dezembro de 2010, o comandante da BM de São Pedro, o tenente Laércio Ferraz da Silva, disse em entrevista, que o município não tem efetivo o suficiente para tais organizações populares. Veja, estava avisado, anunciado. A população sabe que a violência aumentou na cidade e, o policiamento está comprometido. Será que as autoridades públicas não leram o que disse o tenente Laércio, no final do ano passado? Dar as costas à imprensa é dar as costas à sociedade.
Diante disso, como pôde ocorrer um show aberto ao público, sem pelo menos, ser contratada uma equipe de seguranças para circular no meio da multidão? Um segurança poderia ter evitado o primeiro empurra-empurra.
As comemorações são bem vindas por todos. Desde que sejam organizadas e seguras. O cenário de insegurança prevalece na cidade. É alarmante. E a população não pode viver com a sensação de medo.
São questionamentos que as autoridades terão de se fazer e discutir. O Ministério Público também
tem de fazer sua parte, cobrando respostas e atitudes dos governos municipal e estadual.
Quanto ao desfecho da briga, pelo menos, um homem sofreu cortes no rosto e pelo corpo. Ele foi levado até o Pronto-Atendimento (PA) Municipal pelos policiais, onde recebeu atendimento. Segundo a BM, ele preferiu não registrar ocorrência policial e, apesar de tudo, ninguém foi preso. Ficou por isso mesmo.
O mínimo que se espera dos órgãos públicos, é que as investigações não parem por aí, que não haja impunidade, para que episódios como este, não se repitam.
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