Paciência. É esse o exercício, que geralmente, todo homem pratica quando está perto de uma roda de mulheres. Uma grita daqui, outra fala de volta, enquanto duas conversam sobre assuntos paralelos, na mesma hora. Não tem como compreender o que elas estão falando. Muito menos, seguir suas linhas de raciocínio. Mas, com paciência, entrar no meio deste bate-papo pode ser uma experiência muito bacana.
Lá estão elas, sentadas uma ao lado da outra. A televisão ligada, a música tocando e a conversa não para. Do outro lado, eu observo, atentamente as variações, expressões e a constante troca de assuntos.
Elas precisam de apenas alguns segundos para pegar uma palavra e transformá-la em inúmeros temas. Lembram-se de um fato de outro dia, em outro lugar e riam da circunstância. Em menos de um minuto, o assunto já se evaporou. Virou tantos outros, como se fosse pulverizado. Se espalha pela sala, como gotículas de água. Contagia o ambiente.
De repente sai um “olha isso!”, todos olham para ela. A exclamação partiu da novela, da televisão. Sim, entre tantos assuntos paralelos, elas também conseguem prestar atenção à televisão. Ter idéias mirabolantes. Sorrir e enrijecer a testa, segundos depois. Misturar ficção com realidade.
Depois de tantas conversas e assuntos, elas param. Faz se um silêncio. Olham para mim e ordenam: “tu não vai continuar tua história?”. Na minha cabeça uma confusão. Uma mistura de assuntos inacabados. Interrompidos por outras novidades. E como só conseguia pensar em um tema, retornamos à primeira conversa.
O debate durou minutos até, uma delas, lembrar de outra hora e se perder novamente. Foram boas risadas em algumas horas, imerso no universo feminino. É uma experiência legal, onde é possível compreender por que elas reclamam que não ganham atenção. Um pouco de atenção aos seus assuntos as faz tão bem e dá tão pouco trabalho. Basta abrir os ouvidos, não é preciso dizer nada.
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