sábado, 15 de janeiro de 2011

A guerra dos planetas

A virada de ano desalinhou os planetas influentes das minhas energias. Virou, de alguma forma, enquanto eu dormia ou ia para o trabalho distraído, o meu senso de humor de ponta cabeça. Talvez seja essa novidade dos signos. A revolta do zodíaco. Eu era de Áries e agora sou de Peixes.

O céu amanhece azul cristalino, as nuvens flutuam calmamente sobre as correntes de ar, como bailarinas que dançam balé na ponta dos dedos. Os pássaros felizes a cantar emitem a sonoridade dos céus, como se fossem anjos com seus trompetes a tocar no baile da casa de Deus.

De repente, o espaço emite um sinal. Alguma coisa saiu do lugar. As dançarinas do céu dão lugar a uma cavalaria de nuvens cinza, escuras e carregadas. Uma tempestade de confusões é lançada. Silencia o coro das aves. Um exército de impaciência empurra-me contra um precipício. Torna-me refém do mau humor que carrega.

Assim oscila no tempo dos ponteiros de um relógio voraz. Eis que inicia a incansável batalha. Dobre a atenção. Respire mais fundo antes de dar o próximo passo. Cair na sombra dos planetas tempestuosos e indecisos é como mergulhar num mar hostil e impulsivo por golpes verbais.

A lua da calma escondeu-se e deixou-me sozinho a lutar com Mercúrio, o regente do ano, e seus ruídos a interferir os mensageiros de Netuno, dos Peixes que nadam para meu lado. Soldados audaciosos e eficientes. Porém, não bem preparados para enfrentar o interior de minha alma. Guerreira e forte trava combates sufocantes contra as energias interplanetárias e desalinhadas. No final deste duelo, o troféu é exibido a cada dia, nos risos e sorrisos de um mau humor vencido, no rosto de um ariano puro.

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