segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A revolução das ruas

Enquanto as previsões prometiam um sábado com chuva o sol castigava cerca de 20 operários destinados a transformar a Expedicionário Almeida. Se fosse só os quase 40ºC do sol ficava fresco. Vestidos com macacão grosso e botas os homens espalharam duas camadas de asfalto. O suor escorria sobre a pele sob o peso das roupas no calor de 140ºC do novo chão.

Como um mar à beira da praia o calor cimentado atraiu pessoas. A bandeira vermelha não permitiu avançar no líquido escaldante do cimento. O equipamento moderno e novo fez o serviço. A comunidade abriu cadeiras para assistir. Alguns até desfilaram nas calçadas da via. Políticos comentavam a mudança e, discretamente, até pediram votos. A máquina passa e espirra asfalto para todo lado. Salve-se quem puder!

Os carros, agora deslizam sobre o asfalto como um par de patins sobre o gelo. Os buracos naquele trecho farão parte da história. Do passado. Os comerciantes brindam o novo acesso fácil e saboroso de trafegar. O trânsito vai fluir melhor. A modernidade se aproxima de São Pedro.

A euforia do comércio e também de alguns moradores esbarra nos desafios da canalização pluvial e cloacal. O brilho das obras não pode cegar para as consequências da instalação do asfalto. As águas das chuvas também irão deslizar com mais velocidade e mais concentradas.

A XV de Novembro também deixará seus buracos no passado. Isto deve ocorrer somente no próximo ano, já que, os são-pedrenses ainda farão suas compras de fim de ano. Aí, então, a comunidade poderá sentar outra vez para ver seu dinheiro sendo investido. Sim, um valor que trará retorno para toda cidade. A população se alegra ao ver o governo cumprindo seu papel. Claro que, se a conta não vier no IPTU, em 2010.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Papai Noel usa vestido xadrez

O “Sara” jogava futebol. Na rua em frente a sua casa ele e os amigos montavam duas goleiras com oito pedras, duas em cada trave. O chão de terra batida parecia o gramado do Maracanã na imaginação dos meninos. Tênis para jogar era um luxo. Ah! Sara é o apelido do João Pedro Tavares, de 7 anos. “Sara” vem de “sara-cura”. Os colegas apelidaram na escola depois de ver o garoto sem camisa numa “pelada”.

A família de João era humilde e os pais suavam para dar aos três filhos (dois homens e uma mulher) alimento e estudo com um salário. A mãe era dona de casa e o pai pedreiro. Os irmãos de Sara: dois adolescentes, um de 14 e outra de 17 anos. A mais velha trouxe à família mais uma boca para alimentar. Ela engravidou de um jovem que lembra o nome, mas não sabe onde mora. O rapaz, o do meio, largou o estudo ainda na sétima série e foi ajudar o pai nas obras da cidade.

João Pedro ao contrário dos amigos, não sonhava em ser jogador de futebol. Era um goleador nas peladas do fim de tarde, mas, o pai lhe dissera da dificuldade para se tornar um jogador. O pai falou que o estudo estava em primeiro lugar. Então, o garoto se empenhou nos estudos. Ele tinha um lápis, uma borracha e um caderno. Portanto, pediu à mãe uma mochila, cadernos para dividir as matérias da escola e um estojo com caneta, lápis e borracha.

Os pais conversaram entre si e decidiram não dar os materiais. O valor sairia alto. A decisão partiu ao meio o coração da mãe. Na contramão do final de dezembro eles não teriam um bom décimo terceiro salário. A comida estava em primeiro lugar. Aliás, eram seis bocas para comer. E assim foi.

João Pedro sabia que o lápis quebraria e, assim como a borracha, terminaria. Então, ele resolveu escrever ao Papai Noel. Na carta explicou a situação da família: a mãe estava desempregada, cuidava dos filhos e do neto recém nascido e o pai sustentava a casa, com a ajuda do filho do meio. Na carta, João Pedro contou que jogava futebol e fazia muitos gols, mas que o seu sonho era estudar. “Preciso de material escolar. Uma mochila, um caderno, uma caneta, um lápis e uma borracha. Pense com carinho Papai Noel! Um beijo, João Pedro”, assinou e entregou para a mãe.
A mãe derramou algumas lágrimas. “O que eu vou fazer com esta carta?”, pensou. Minutos depois veio um estalo. Levou até uma agência dos Correios.

No dia 24, véspera do Natal, uma senhora, de aproximadamente uns 80 anos bateu a porta da família Tavares. Ela perguntou por João Pedro. Ele apareceu descalço, de bermuda em sem camisa mostrando as costelas. O menino estranhou aquela vó de óculos e usando um vestido xadrez. Só via figuras assim em desenhos animados. “Você que pediu material escolar ao Papai Noel?”, perguntou a Senhora. João acenou positivo com a cabeça, sem falar nada. “Então está aqui o que você pediu ao Papai Noel”. A velinha puxou uma mochila com cadernos, livros, estojo, canetas, lápis, calculadora, borracha.

Esta história é fictícia, porém, retrata muitas realidades. Você pode ser um Papai Noel para muitas crianças. Adote uma cartinha nos Correios e faça mais uma estrela brilhar neste Natal!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Pra onde foram?

Na madrugada do sábado passado (05), por volta da 1h30min, um gol, placas IPJ–7745, de Toropi saiu da pista, VRS 805, estrada que liga São Pedro do Sul a Toropi. O condutor, de 47 anos, seguia no sentido Toropi - São Pedro e não venceu a curva no KM 3 e tombou o veículo. Junto do condutor havia uma mulher, de 22, que sofreu ferimentos leves e foi encaminhada ao Hospital Municipal de São Pedro do Sul. Chovia forte naquela madrugada. Estes dados são da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). O fato ganhou uma nota no jornal Diário de Santa Maria, edição de segunda-feira, dia 07.

Até aí tudo bem. Até por aí! O carro que tombou pertence à prefeitura de Toropi. A ocorrência lavrada pela PRE dá conta de que havia um casal no carro. Consultei o prefeito de Toropi, Adair Braz. Ele conta que era um transporte de emergência para o Pronto Atendimento (PA) de São Pedro. Segundo o prefeito, havia uma criança, a mãe e a avó, além do motorista. Neste caso, fica esclarecido o deslocamento de um veículo público naquele horário. O ideal para isso seria uma ambulância. Mas, urgência é urgência.

O que não está bem claro é: para onde foram a criança e a avó quando a PRE chegou no local do acidente? Eu suponho que deram um jeito de seguir o trajeto até o PA.

Conserto e confusão no trânsito

Já passava da hora de os buracos da Avenida Walter Jobim ser tapados. Por sorte o tempo colaborou com os operários da empresa terceirizada pela prefeitura. Digo sorte, porque os buracos foram abertos (ou transformados em crateras) já na sexta-feira (04). Foram três dias nestas condições. Já imaginou se chove? Quantas armadilhas.

Além dos “panelões”, não havia sequer uma sinalização de alteração no trânsito, um agente ou fiscal para auxiliar os condutores e pedestres e, nem mesmo, uma placa para informar a buraqueira. Quem passou pela Avenida viu buracos do tamanho de um carro.

Apesar disto, não houve acidentes e nem feridos. Espera-se que os buracos permaneçam fechados por um bom tempo. E se for necessária manutenção das pistas, que pelo menos seja sinalizada. Estamos próximos das festas de final de ano e do verão quando chegam pessoas para desfrutar as férias na cidade e balneários, com familiares e amigos. E por isso, não queremos impressionar pela desorganização, não é?

Nota: Somente a secundária Conserto e confusão no trânsito foi publicada no jornal Gazeta Regional, do dia 12 de dezembro de 2009.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Tapa-buracos pega são-pedrenses de surpresa

Até que enfim a Avenida Walter Jobim recebeu conserto. As pistas da entrada da cidade estavam quase intrafegáveis. Apesar dos buracos estarem tapados, a forma como se deu a manutenção deixou a Avenida em situação deplorável.
Fotos: Bernardo Bortolotto

O trânsito sofreu alterações e não foi sinalizado

Uma empresa terceirizada pela prefeitura distribuiu as maiores camadas de asfalto na Avenida Walter Jobim, no sábado (05) e domingo (07). A prefeitura cortou o asfalto das vias em torno dos buracos já na sexta-feira (04). O que eram buracos viraram crateras. Alguns chegavam a ter o tamanho de um carro. O trânsito sofreu alterações e não havia sequer uma placa de sinalização. Nenhum cavalete.


Motoristas eram pegos de surpresa depois da “ponte seca”

Por sorte o tempo colaborou, porque se chove o tapa-buraco seria interrompido e a água esconderia os “panelões”.

Operários aproveitaram o tempo bom
Agora, vamos torcer para que dure...
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Assim é a natureza. Assim é o homem

Só comecei a reparar os danos, por volta das 10 horas, depois que o ônibus parou na Avenida Walter Jobim. Uma árvore derrubada pelo vento estava suspensa sobre fios da rede elétrica. O cobrador desceu para ajudar o motorista a balizar o veículo. Por pouco o teto do nosso transporte não bateu naquele caule suspenso e atravessado na pista de quem entra para a cidade. A partir dali, me dei conta que a mãe natureza não poupou a terra de São Pedro.

Ainda no trajeto até a rodoviária pude avistar pessoas em cima das casas mexendo em seus telhados. “O vento foi forte”, pensei. Bastou mais alguns metros, ainda na Av. Walter Jobim, próximo da “ponte seca”, para ver mais algumas árvores caídas. Depois da ponte olhei à esquerda, em uma rua havia dois postes caídos sobre uma mesma residência. A sensação era de curiosidade, apreensão e pavor.

Descemos na rodoviária e no caminho para casa vi uma praça diferente. Árvores estavam caídas, folhas e galhos espalhados sobre as calçadas. Um cenário de destruição. Por dever do ofício, a primeira coisa que fiz foi fotografar. Utilizei o celular. Do meio da praça avistei o padre na frente da Igreja Matriz. O semblante do homem já dizia que a noite anterior fora difícil. Conversamos e colhi algumas informações. Ele me contou sobre uma família de ciganos que escapou por pouco depois que uma árvore de eucalipto caiu em cima de sua barraca, às margens da BR 287. Por sorte, a família já havia saído a tempo.

Faltava ir para casa saber como uma residência com mais de 100 anos, de tijolo e barro, sobrevivera ao temporal. Apesar do medo, a ventania só levou água para dentro da cozinha. “Ufa!”. Cinco minutos depois eu já estava no Corpo de Bombeiros e ali tive uma dimensão mais ampla da destruição que o vendaval causou. O Sargento Roni Canabarro desabafou: “Em 30 anos de profissão nunca vi nada parecido”. Duas equipes, com quatro bombeiros estavam nas ruas trabalhando nos locais mais atingidos.

Mais de 180 árvores foram recolhidas das estradas. Matos fechados de eucalipto foram derrubados em propriedades do interior. Casas foram destruídas e famílias desalojadas. Um casal e duas crianças foram abrigados no Ginásio Municipal. Situação calamitosa.

No Rio Grande do Sul, 81 municípios decretaram situação de emergência (incluindo São Pedro do Sul) e oito pessoas morreram vítimas dos temporais. Muitas cidades ainda sofrem com o excesso das chuvas, com as cheias de rios e a destruição dos ventos. Pessoas passam fome e frio.

O vendaval passou e deixou o seu rastro de horror, em São Pedro do Sul. Agora, nada mais resta que recomeçar. E todo recomeço vem acompanhado de mudanças e novas perspectivas. Assim é a natureza. Assim é o homem.

domingo, 22 de novembro de 2009

Temporal em São Pedro do Sul deixa 4 famílias desabrigadas

Reportagem e fotos: Bernardo Bortolotto

Um temporal atingiu São Pedro do Sul por 40 minutos, na virada de sábado para domingo, entre meia-noite e 1h da madrugada. A ventania derrubou cinco postes da rede de energia elétrica na área urbana. Dezenas de árvores caíram e casas foram destelhadas.

Conforme o Corpo de Bombeiros (CB), quatro famílias ficaram desabrigadas. Uma delas está no ginásio municipal de esportes (um casal e duas filhas) e as outras três em casas de vizinhos. No interior, estradas ficaram interrompidas. Ninguém ficou ferido.

Árvore caiu na Praça Crescêncio Pereira, em frente à Casa de Cultura
Duas viaturas do CB saíram às ruas logo depois do término do temporal, por volta da 1h e 10min. Seis árvores de Eucalipto que interrompiam a BR 287, entre São Pedro e Santa Maria, foram removidas, na madrugada. Na Avenida Walter Jobim, por volta das 10h da manhã de domingo, uma Tipuana estava pendurada na fiação elétrica e levou mais tempo para ser retirada.

A cena também ficou assustadora na Praça Crescêncio Pereira, onde três árvores de grande porte caíram. O prédio do Fórum em construção, ao lado do campo municipal de futebol, teve as paredes internas de gesso destruídas.
No Passo das Taquaras, o vendaval destruiu telhados e derrubou matos de Eucalipto
O CB distribui lonas para os atingidos. Até o meio-dia de domingo, cerca de 400m² haviam sido distribuídos. A prefeitura deve doar telhas a partir de segunda-feira.

VRS 805

A estrada que liga São Pedro do Sul a Toropi também ficou bloqueada por árvores em diversos pontos, segundo os bombeiros. Um grupo de pessoas não conseguiu voltar de um baile que ocorria na localidade de Baltazar.


Homem observa estragos do vendaval
Números

Ainda não há um levantamento do total der residências atingidas. Estima-se que o interior da cidade foi mais atingido. No perímetro urbano, a Vila Santa Luzia registrou mais estragos, de acordo com o CB.

Vento derrubou árvores em vários pontos da praça
Rio Grande do Sul

No estado, 28 municípios decretaram situação de emergência. Até sábado, sete pessoas haviam morrido devido aos temporais que atingiram o Rio Grande do Sul. Durante a madrugada sábado para domingo, os ventos atingiram 104 km/h, em São Borja, na Fronteira Oeste.

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sábado, 21 de novembro de 2009

2012 mais próximo do que parece

Na última quinta-feira (19) fui ao cinema assistir 2012 que relata o fim do mundo. Leva para a telona a catástrofe prevista pelos Maias há milhares de anos atrás. Como o longa ainda está em cartaz (em Santa Maria) muitos leitores querem ir assistir e, por isso, não irei antecipar as cenas. O fato é que a realidade do nosso planeta, país e estado está próxima da ficção. O clima muda de forma brusca. Os temporais estão freqüentes. A cada dia o sol prejudica ainda mais a pele. E os seres humanos permanecem despreocupados.

Na mesma quinta-feira, o dia amanheceu com sol forte e sem nuvens no céu. À tarde, o tempo fechou, choveu e ficou abafado. A temperatura cercou a casa dos 40 graus. Pela noite, o ar mais fresco deixou a sensação térmica mais agradável. Mesmo assim continuava calor. Esta instabilidade do tempo, além do mal-estar que provoca, prejudica a saúde das pessoas.

Se não bastasse, o noticiário mostrava, pelo menos, cinco mortes causadas pela ventania no Rio Grande do Sul. Milhares de pessoas estavam sem energia elétrica. Aliás, um vendaval derrubou uma torre em Jaguari, no fim de semana passado e deixou muitas cidades sem energia e água, inclusive São Pedro do Sul, por mais de dez horas.

Que o clima está mudando, os agricultores já perceberam há mais tempo. Os efeitos começam a aparecer nas áreas urbanas e provocam pânico na sociedade. Um cinegrafista amador filmou um tornado em Caxias do Sul. Um tornado! Quem esperava por isso há 15, 20 anos atrás?

A terra apenas responde às atitudes do homem que polui, destrói e mata. Muitos já perceberam o que o futuro nos reserva e começaram a mudar de hábitos, a realizar campanhas em prol do meio ambiente. Outros, não fazem questão de saber, afinal, é perturbador.

Há algum tempo comecei a tomar algumas medidas, como por exemplo: pego o mínimo de sacolas plásticas quando for ao supermercado, poupo o máximo de energia em qualquer lugar que esteja, não permito que pessoas ao meu lado atirem o lixo no chão e procuro separá-los na hora de colocá-los na lixeira, apesar de não haver coleta seletiva. Dá para fazer bem mais que isso. Eu sei. Porém, se todos se preocuparem um pouco mais com o meio ambiente e, mais do que isso, cobrarem a responsabilidade do próximo ao seu lado, teremos, quem sabe, um futuro diferente daquele para qual nos encaminhamos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

No mundo do deslumbramento tecnológico é evidente que as pessoas estão cada vez mais sozinhas. Para se comunicar com alguém é rápido, basta utilizar um telefone ou a internet e pronto. Para ir até a casa de um parente, amigo ou até mesmo um estabelecimento comercial somente se for necessário. As informações chegam a cada minuto. E a individualidade se sobressalta à convivência. E, quem substitui o afeto e a troca de carinho humano, tão em falta nos dias de hoje? Os animais.

Na revista Planeta, edição 445, na página 57, a jornalista Tereza Kawall descreve o comportamento humano, assim: “Trancados nas nossas cavernas virtuais domésticas, dentro de automóveis escuros e blindados, vamos em frente, vivendo a estranha ilusão de estarmos ‘plugados’, conectados com o mundo”.

Concordo plenamente. Muitos fatores influenciam este comportamento. A violência, por exemplo. Está difícil sair de casa, independente de horário, a sensação de intranquilidade é constante. Nas famílias, quando os filhos saem de suas casas e os pais necessitam preencher o vazio que fica. A própria degradação do meio ambiente torna a todos mais inseguros quanto ao futuro. Então, em um primeiro momento, os sites de relacionamento e outras tecnologias suprem falsamente a necessidade do contato entre as pessoas.

Por isso, os seres-humanos buscam adotar cães e gatos. Segundo a reportagem da revista Planeta, “quando pessoas brincam e trocam olhares com os seus cães os níveis do hormônio que estimula a sensação de afeto entre a mãe e o bebê são sempre maiores do que antes”. A revista também cita que casais estão adotando cães ao invés de ter seu próprio bebê.

Muitas residências são habitadas por caninos e felinos. Na maioria destes locais, os cães são tratados como uma criança, um ser humano. Já vi um cachorrinho que toma café preto depois do almoço. De acordo com especialistas, as manifestações dos animais, a troca de olhares e vê-los satisfeitos traz um retorno positivo ao seu dono.

“Ao lado de nossos companheiros caninos ou felinos, podemos mostrar sem pudor nossa fraqueza, nosso desamparo, nossa dor. Podemos demonstrar, da mesma forma, nossa força e coragem. Podemos ter certeza de que somos importantes na vida de alguém ou, simplesmente falando, de que somos amados”, conclui Tereza.
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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 14 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

Nem o guarda-chuva resolve

O preço da passagem sobe e os transportes públicos estão cada vez piores. Neste sábado chuvoso, 7 de novembro, o que todos queriam era chegar em seus destinos o mais seco possível.

No horário das 12h, os ônibus passam na locomotiva (parada na Avenida Presidente Vargas, em Santa Maria) quase lotados e todos buscam entrar com pressa para garantir os melhores lugares.

Sentei no banco do corredor, com uma amiga, que estava ao lado da janela. Durante a viagem, no meio do caminho, começou a chover dentro do ônibus. Sim, havia uma goteira em cima de nós. A água escorria pela placa dos números das poltronas. Nada agradável.
Fotos: Bernardo Brotolotto

Goteira molhou passegeiros em ônibus durante viagem SM - SPS

Já não bastasse a passageira ao meu lado me contar que sentou em um banco molhado (justificado pela goteira). Agora, se você nunca fez o trajeto, Santa Maria (SM) – São Pedro do Sul (SPS), imagine o cheiro de um banco sujo e antigo molhado. Terrível.

Diante da situação abrimos um guarda-chuva. Não adiantou, porque as gotas escorriam pelo pano do guarda-chuva e molhavam o outro lado.

Compartimento interno de bagagens estava encharcado

Ouvimos alguns gritos de protesto. Nas poltronas atrás de nós, números 25 e 26, também havia uma goteira. Parecia até que escorria mais água. Todos estavam cobrando um serviço descente por parte da empresa responsável pelo transporte. Aliás, o valor da passagem está salgado.

O que podíamos fazer naquela ocasião? Nada! Eu até aparei alguns pingos de água com a mão. No corredor também tinha goteira.

Lamentavelmente os passageiros são desrespeitados. É um abuso! É o único comércio que o cliente não tem razão nunca. Nem sequer é ouvido. E esse problema (e muitos outros também) é antigo. O preço da passagem aumenta e a qualidade do transporte piora. E a culpa é sempre do combustível.

É bem como disse minha amiga ao descer do ônibus. “Tu paga quase R$ 6 e sai toda molhada”.

Você já sabe que este ônibus tem goteira. Chove no corredor e, pelo menos, nas poltronas 21, 22, 25 e 26

Previna-se!


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Santa Maria incentiva São Pedro

O município de Santa Maria incluiu São Pedro do Sul em rota turística religiosa. Santos Caminhos da Fé terá roteiro que passará por 10 cidades com nomes de santos. O projeto será lançado no final do mês, no 21º Festival do Turismo de Gramado. É a oportunidade para nossa cidade se lançar no cenário turístico estadual, nacional e mundial, por que não?

O projeto santa-mariense inicia com visitação à Basílica da Medianeira, em Santa Maria, no sábado. Durante uma semana os turistas irão visitar templos e atrativos culturais dos municípios com nome de santo, incluindo São Pedro. Depois destas visitações, o grupo retorna à Santa Maria para receber o certificado de Peregrino dos Santos Caminhos da Fé.

Santa Maria já pensa no retorno econômico ao município e à divulgação aos fiéis que participam e/ou ainda vão participar da Romaria (ocorre neste domingo, dia 08). A iniciativa também vai gerar renda nos municípios que receberão os turistas. Aqueles que souberem aproveitar esta oportunidade podem alavancar o turismo em sua região. É o caso de São Pedro do Sul que dispõe de potencial histórico invejável.

Para isto ocorrer será necessário conscientização da comunidade deste potencial. Como, por exemplo, as madeiras petrificadas com cerca de 200 milhões de anos. O governo também deverá fazer a sua parte. O comércio também deve estar preparado para receber os visitantes. Num primeiro momento, o roteiro destes turistas deve ser restrito, porém, nada impede uma parceria para ampliar o mapa de visitação, incluindo locais, como Cerro do Itaquatiá, Ermida, Pedra Grande, entre tantos outros.

São Pedro pode crescer no cenário mundial turístico devido a grande quantidade de fósseis. Basta utilizar de forma correta esta riqueza que está abaixo do nosso solo. O turismo em São Pedro do Sul exige mudanças de comportamento social, investimentos público e privado e muita organização. Vejo aí um começo. Lembro que o município ingressou na rota do Caminho das Origens. É um avanço importante. O turismo exige investimentos altos e o retorno é para médio e longo prazo. Com a força da Santa aqui do lado, São Pedro pode chegar ao progresso mais cedo do que o imaginável.

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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 07 de novembro de 2009

sábado, 31 de outubro de 2009

As finanças vão bem, obrigado

Depois do texto publicado neste espaço, na edição passada de a Gazeta Regional, o Sr. Prefeito, Marcos Ernani Senger enviou um e-mail com alguns aspectos referentes às finanças públicas do município. Nos parágrafos seguintes serão destacados os pontos mais relevantes.

Quanto à economia: Senger confirmou que havia cerca de R$ 3 milhões no caixa quando assumiu a prefeitura e que durante seu mandato acrescentou mais R$ 2 milhões. “De fato, o caixa da Prefeitura Municipal não é mais o mesmo do início do ano, lá (nos extratos citados na publicação passada) estavam estampados um saldo de aproximadamente R$ 3 milhões (destes, R$ 1,3 milhões de verbas vinculadas) e que hoje temos em caixa mais de R$ 5 milhões”, acrescenta o prefeito.

Referente às condições das ruas, expostas por este colunista diversas vezes, o prefeito garante que ocorrem obras em vias como, Coronel Scherer, General Osório e Borges de Medeiros (o repórter não foi até o local verificar). “Estamos recuperando os calçamentos antigos de nossa cidade”, diz. Ele ainda promete: “iremos, no início do mês de novembro, usar 100 toneladas de asfalto para recuperar as ruas que possuem massa asfáltica”.

Outro detalhe assinalado pelo prefeito, Marcos Senger refere-se aos Cargos de Confiança (CC’s). O prefeito destaca que a aliança política formada em 2008, fundamental para sua eleição no pleito, não influencia em assuntos deste gênero. “Sequer algum partido político integrante da coligação chegou a indicar algum nome para compor o governo e não seria esta mesma aliança a impedir as minhas decisões”, garante Senger.

Assim como muitos especialistas econômicos apontam na imprensa, Marcos Senger está otimista em com a economia que se desenha para 2010. O prefeito ainda destacou em sua carta, que o projeto-sugestão enviado à Câmara de Vereadores não é referente a problemas financeiros e “sim de índice de gastos com pessoal, conforme prevê a lei de responsabilidade fiscal”.

Diante de números tão positivos, o colunista agradeceu e respondeu a carta com uma pergunta, mais específica, sobre o pedido de redução salarial de 50% para o prefeito, vice-prefeita e secretariado. A resposta será cedida e mais esclarecida em um encontro marcado na prefeitura municipal.


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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 31 de outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PEC dos jornalistas será votada nesta quarta-feira

Do site do deputado federal, Paulo Pimenta (PT)
Conhecida como PEC dos Jornalistas, a Proposta de Emenda à Constituição do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) que restabelece a necessidade do diploma de jornalismo para exercício da profissão, será votada nesta quarta-feira (21) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A reunião da Comissão inicia às 10h.

Para ser aprovada, a PEC dos Jornalistas precisa obter voto favorável de metade mais um dos membros da Comissão, do quórum mínimo exigido que é de 31 integrantes. Na semana passada, o relator da Proposta na CCJ, deputado Mauricio Rands (PT-PE) adiantou seu voto pela aprovação da matéria, justificando que a PEC não causa “nenhuma ofensa às clausulas invioláveis do texto constitucional”.

Desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou com a exigência do diploma, no dia 17 de junho de 2009, o deputado Paulo Pimenta tem denunciado o silêncio dos meios de comunicação sobre o assunto.
"Diploma na mão é boa informação. Exija jornalista por formação!"

domingo, 25 de outubro de 2009

Cortar salários para fugir do prejuízo

Um projeto-sugestão enviado pelo prefeito Marcos Senger (PT) à Câmara de Veradores sugere a redução pela metade do seu salário, da vice-prefeita Elaine Pereira (PMDB) e o dos secretários, até o final de 2009. Os respingos da crise mundial demoraram a atingir São Pedro do Sul. Ao que tudo indica, no próximo ano, os pingos chegarão com mais intensidade.

“Cortar da própria carne” é uma expressão apropriada. A aliança formada na campanha eleitoral de 2008 não permite que Cargos de Confiança (CC’s) sejam excluídos. Os secretários, que recebem salário mais elevado que os CC’s tiveram que entrar para o enxuga. Nem todos devem ter aprovado a decisão. Afinal, quem gosta de ganhar menos, quando se pode mais?

Para valer a proposta do prefeito Senger, o legislativo precisa votar e aprovar o projeto. O que deve ser feito pelos vereadores. Se bem que não é muito do feitio daquela casa cortar gastos. Como o cofre aberto pertence a outros, a economia deve ser aceita.

Mas, e se o projeto não for aprovado? Uma hipótese é a seguinte: cortar CC’s. Aliás, é um bom argumento. O legislativo não aprova a sugestão de redução salarial e a única forma de reduzir gastos sem parar as obras e os investimentos no município é exonerar os CC’s. Aí, diminuirá as reclamações destes empregados.

Enquanto outras cidades baixaram salários, extinguiram secretarias e os CC’s, São Pedro segue em condições de investir e realizar obras conforme sua necessidade (as ruas esburacadas, pelo visto, não fazem parte destas necessidades). Por enquanto está tudo tranqüilo. Marcos Senger ainda governa à sombra da economia deixada pelo seu antecessor. Cerca de R$ 3 milhões ficaram nos cofres públicos (cito este valor porque vi nos extratos do executivo, no final de 2008).

Ao enviar a solicitação de redução salarial à Câmara de Vereadores, o governo municipal acena com problemas financeiros. O caixa não é mais o mesmo do início de mandato. As próximas decisões do executivo serão decisivas para o planejamento de 2010. E, pelo percebido, o prefeito Marcos Senger não medirá esforços para manter a economia longe do vermelho, mesmo que precise recorrer ao próprio bolso.

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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 24 de outubro de 2009

Herói de todos os dias

Nos países desenvolvidos o professor é considerado uma autoridade. Reconhecido pelo trabalho que desenvolve no meio social. No Brasil, o profissional da educação recebe um tratamento diferente. O descaso com o professor não parte só dos governos (nas três esferas), como também dos alunos e seus pais.

Os mestres devem se orgulhar da sua profissão. São poucos os aventureiros que se encorajam em arriscar uma vida inteira dentro das salas de aulas do Brasil. O desrespeito, o abuso e a falta de educação dentro de casa é rotina para estes profissionais. Estas atitudes ainda são motivadas em rede nacional, como na novela Caminho das Índias (Rede Globo), onde um aluno faz o que lhe dá vontade e o pai, abonado, encoberta suas atitudes insanas. E o professor? Está lá, todos os dias dando sua aula. Transportando seu conhecimento a estes jovens.

Casos, como o da novela, são comuns. Professores já relataram situação pior. Jovens vão armados, embriagados, drogados para dentro das salas. Mas, o pior desta situação é permitir que isto aconteça. Na atualidade, crianças chegam à quinta e sexta séries sem saber ler correto, sem entender a matemática, essencial para dar continuidade ao estudo. Negligência do professor? Não. Hoje não é permitido fazer uma criança repetir um ano. Em casos extremos, talvez. A base da educação está cada vez mais fraca e o número de jovens nas universidades reflete esta realidade.

Um estudo realizado pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul, revelou o quanto professores sofrem problemas de saúde nas escolas. Veja bem, estamos falando do ensino privado, considerado o melhor no país. Mais de 30% dos entrevistados respondeu que é pressionado por alunos, pais e seus chefes. A pesquisa ainda revela que 90% dos profissionais sentem dores freqüentes no corpo. Alguém está preocupado com isto?

Pois é professor. Muitos de vocês nem pararam para celebrar o seu dia, na última quinta-feira (15). A maior parte das escolas públicas optou por dar aulas para recuperar o atraso causado pela Gripe A. A educação não faz tanto sucesso neste país. Não dá votos. Não permite assistencialismo. É contra a corrupção e a imoralidade.

Apesar de tudo isto, o professor não enxerga a escola como máquina de dinheiro (até porque nem tem como). Deposita sua esperança nas crianças que um dia retribuirão à sua sociedade com boas ações e desenvolvimento. Acreditam num futuro melhor deste país. Mesmo que a realidade seja dura, que um aluno não lhe agradeça ou até lhe despreze. O professor está sempre pronto para ajudar, todos os dias, uma pessoa a ampliar seu conhecimento e a buscar um bom futuro para si. Colher bons frutos de suas sementinhas da educação plantadas é a realização de qualquer professor.


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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 17 de outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

Uma pauta antiga e ainda por resolver

O texto de hoje não é crônica e também não traz notícia nenhuma. Não é novidade. O são-pedrense já está farto deste caso. Cansado. Podemos dizer que até já perderam a esperança. Contudo, tem importância fundamental no dia-a-dia da comunidade e de nossos visitantes: as péssimas condições das ruas e também das calçadas da nossa cidade. Inclusive já falamos deste problema. Qualquer pedestre ou motorista percebe este descaso. Mas, é como falar ao vento. O eco do nosso grito se propaga entre os leitores. As autoridades competentes, porém, parecem não ouvir.

Nosso papel social, enquanto imprensa, é não permitir que assuntos, como este, sejam ignorados. Como se uma desculpa qualquer fosse o suficiente para deixar ruas e calçadas esburacadas, irregulares, em alguns locais intrafegáveis. Já citamos aqui, há meses atrás, os prejuízos, os danos, as dificuldades encontrados para trafegar. Onde estão as autoridades?

Precisamos registrar a nova sinalização posta em frente a algumas escolas e pinturas em quebra-molas, na Avenida Walter Jobim. Mas, ainda é pouco. O dinheiro é curto. O mundo está saindo de uma crise e nós sabemos. Apesar disto, algo tem que ser feito. São Pedro precisa de uma medida urgente para recuperar suas vias.

Enquanto nossos parlamentares brigam, discutem, trocam farpas dentro da Câmara de Vereadores para gastar (mais ou um pouco menos) o dinheiro público com diárias, a comunidade continua pagando o pato. O controle da verba pública é fundamental e urgente. Só que, não precisa tanta polêmica. A sociedade cansada deste desperdício de tempo e de discussão já deu as costas. Quanto ao controle do erário já perdeu as esperanças. Um caos generalizado no país.

É necessário deixar bem claro que esta reclamação não tem cunho político. Para nenhuma autoridade política e/ou partidário fanático taxe os problemas sociais não resolvidos como perseguição. Não é este colunista que apela. Não é este veículo que pede soluções. São as pessoas. Eleitores ou não do nosso excelentíssimo prefeito, dos nossos vereadores. A comunidade representada por meio deste espaço pede mais atenção às ruas do nosso município.

E-mail: colunabbb@gmail.com

sábado, 3 de outubro de 2009

Deu gripe no Santo

Só pode ser depressão. Talvez seja sinusite. Bem ao certo ninguém sabe. Podemos dizer que é irritação. Ou não? Em castigo eu não acredito. Brincadeira muito menos. Perdeu o controle sobre si e não consegue fazer parar de chover. O nosso Santo está doente. O nível de chuva ultrapassou a média no Sul do Brasil e bateu recordes em cidades gaúchas neste mês de setembro.

Milhares de pessoas ficaram desabrigadas. Sem lar. Casas foram levadas por enchentes, pelo vento e perfuradas pelo granizo. Centenas de residências, aqui na região central, ainda estão cobertas por lonas, desde o temporal do feriado de 7 de Setembro. Duas pessoas perderam as vidas aqui no Rio Grande do Sul (RS). Até mesmo para o plantio o excesso de água é ruim e causa prejuízos.

São Pedro perdeu as chaves do céu! Está passando tudo. É como erguer uma caixa e o fundo ceder. Parece não ter fim. Dezenas de cidades decretaram situação de emergência. Por sorte, o Santo simpatiza com a nossa São Pedro do Sul. Segundo a central de meteorologia (a mais próxima da região) da Base Aérea de Santa Maria (BASM) choveu 335 mm, em SM. Quase três vezes mais que o mesmo período do ano passado (128 mm). E não vai parar por aí. Os centros meteorológicos preveem mais chuva para o mês de outubro.

O problema de São Pedro é sério e semelhante ao de nós aqui em baixo. Teremos que enviar um remedinho lá para cima. Precisamos cuidar da saúde do Santo. Ele não suporta as intempéries e mudanças climáticas da primavera. Espirra, tosse, derrama lágrimas (é sinusite e rinite, sei bem como é!), corre água do nariz e cai tudo na gente. É uma gripe daquelas. Então é a nova gripe. Agora parece que todo mundo pega a influenza A - H1N1. Vixi! E a primavera está só no começo, serão longos os próximos três meses. Será que ele também é alérgico ao pólen das flores?

E-mail: colunabbb@gmail.com
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 03 de outubro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Mas que dia de gato!

Era quinta-feira, o dia amanheceu cinza e com as ruas todas molhadas. Caía uma garoa muito fina, quase invisível. Seria mais um daqueles dias de ficar em casa, embaixo das cobertas. No meu caso, dormindo ou lendo. Em outras situações um filme e uma pipoca cairiam bem. Para quem trabalha, isto não passa de um sonho. É uma autoprovocação.

Pela tarde a garoa ficou mais forte. A temperatura era agradável e o vento forte e incomodativo. Em alguns pontos, principalmente nas esquinas, iniciava uma briga: eu e meu guarda-chuva contra a ventania. Normalmente eu levava a melhor. O fato é que o dia estava estranho.

Com a chuva e o tempo ruim parece que o trabalho não flui como em um dia normal. Os fatos demoram a acontecer e os computadores apresentam problemas. Ficamos apenas com uma máquina. É lógico que o serviço atrasa e o tempo não nos espera.

Era um dia banal. Sem muitas emoções. E não parava de chover. Cheguei em casa e resolvi ir escrever. Algumas pesquisas e em uma hora estava pronto. Por fim, fui deitar e assistir TV. Ainda estava com uma camisa de botão, calça jeans e um sapato. Comecei a sentir frio. A noite sempre traz o ar gelado. Tirei os sapatos e esticado puxei dois edredons dobrados ao meio e cobri da cintura para baixo. Preguiça de estender as cobertas. De relance olhei no relógio e lembrei que precisava de algumas coisas.

O mercado fica a uma quadra e meia de onde eu moro. Calcei os sapatos, vesti uma jaqueta e peguei meu guarda-chuva. Fiz uma lista mental do que precisava e separei um troco. Eu iria comprar apenas o suficiente. 200 gramas de apresuntado da promoção, 150 gramas de queijo e três pães. A garoa que caía já era bem fraca e o vento estava ainda mais frio.

Fui atendido rapidamente e consegui um caixa sem fila. No final da quinta-feira parecia que as coisas estavam melhores. Não tão monótonas. O valor da compra foi de R$ 5,60. Eu levei uma nota de cinco e duas moedas de um real. Bem contado. Coube tudo em uma sacola. Depois de pago peguei as minhas coisas e saí. Olhei contra a luz de uma lâmpada e vi que os pingos de água estavam mais grossos. Nesta hora pisei em uma possa. Os pés encharcaram. Caminhar com o pé molhado causa uma sensação desagradável e é desconfortável.

Quando estou chegando ao outro lado da rua ouvi uma voz ofegante se aproximando e que gritava:
- Senhor! Senhor!

Olhei para traz e vi o rapaz do supermercado agarrando com as duas mãos uma sacola.
- O senhor esqueceu suas coisas – disse.

Eu estranhei aquele “senhor”, mas, é compreensível. Olhei para a minha sacola e perguntei:
- Ah! Saí com as compras trocadas?
- Não! O senhor deixou o litro de desinfetante – concluiu.

Olhei para aquela sacola e vi que não era minha e respondi:
- Não comprei desinfetante nenhum.
- O senhor saiu e deixou em cima do caixa – insistiu o moço.

Nós ali na rua discutindo aquilo tudo, embaixo de uma chuva de descargas elétricas e pingos grossos e espaçados, resolvi responder com tom de voz mais firme.
- Não comprei isto. Não é meu.

O funcionário do mercado me olhou, deu as costas e saiu à procura do verdadeiro dono do desinfetante.

Cheguei em casa cinco minutos depois daquele episódio. A cada degrau que eu pisava com o pé direito ouvia o barulho da água. Que grunhido chato. Já dentro da sala fechei a porta e ouvi o miado da minha gata. De raça não definida, era muito querida e mimosa. Aliás, é por isso que seu nome é “Mima”. Ela estava se esfregando nas minhas canelas e ronronando. Fui até a cozinha e ela me seguiu com mios altos. Larguei a sacola e me abaixei para lhe acariciar atrás das orelhas, onde ela gosta. Peguei um punhado da sua ração na mão e lhe estendi. A Mima fez cara feia. O escândalo era puro dengo.

Fiquei por ali com a gata no colo por alguns instantes e a soltei. Parecia o suficiente. Ela saiu para um lado e eu para o outro. Lavei as mãos e guardei as compras. Voltei para o meu quarto e a porta estava entreaberta. Foi só terminar de por o segundo pé para dentro e senti um cheiro ruim, de azedo. Entendi porque a gata me agradou de chegada! Identifiquei o odor e logo pensei: “onde está?” Olhei atrás da mesinha, embaixo da cama e encontrei as fezes atrás da cabeceira da cama. Limpei, passei uma água, esfreguei. Repeti o gesto cinco vezes. Nada adiantava, pois, o cheiro não saía. Eu só tinha sabão em pó e não é próprio para a madeira.

Foi quando me lembrei daquele rapaz do supermercado. Para ser mais exato, daquele desinfetante com cheiro de pinho que veio ao meu encontro há 10 minutos atrás.
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 26 de setembro de 2009

sábado, 19 de setembro de 2009

Conquistar e amar na guerra e na peleia

Foto: minisérie A Casa das 7 Mulheres

Aos 14 anos Anita Ribeiro se casava com um sapateiro, na cidade de Laguna, em Santa Catarina. A adolescente precisou se dedicar ao sustento da família após a morte do pai. À época pregar solas de sapatos não arrecadava tanto lucro, mas, garantia a estabilidade financeira. A garota se mantinha quieta. Os traços do olhar transmitiam insatisfação com o destino. Com aquela idade não podia se impor perante a mãe e o marido. Ela esperou até completar 18 anos.



Em setembro, do mesmo ano do casamento de Anita (1835), desembarca um aventureiro italiano no Brasil. Um capitão dos mares destinado a lutar por suas convicções e pela província de São Pedro do Rio Grande do Sul.



Anita permaneceu quieta por cinco anos, até conhecer Giuseppe Garibaldi. Ela encontrou o revolucionário ainda em Santa Catarina, no porto de Laguna, em uma das tomadas do italiano. A jovem deixou a família. E carregou o filho recém nascido de Garibaldi. Foi em busca da honra e da aventura. Um filho no braço e no outro um fuzil. Na mente um ideal e no coração um homem.



Anita esteve ao lado de Garibaldi na Revolução Farroupilha e em outras tantas, como em Santa Catarina, Uruguai e Itália. Mulher forte, guerreira, idealista fez o que muitas outras não fariam na época. Tornou-se um símbolo da Guerra dos Farrapos e da independência feminina. Lutou e morreu por milhares de pessoas que jamais veria. Não sabia do dia de amanhã. Talvez nem quisesse saber. Os campos de batalha reservavam surpresas desagradáveis para todos os dias.



O casal não era gaúcho para guerrilhar nestes solos. O verdadeiro local de nascimento de Anita ainda causa discussão e incerteza. Seriam eles loucos de entrar em brigas em terras desconhecidas? Por quê? Pelo amor a aventura ou de um pelo outro? Pela dedicação ao próximo? Não se sabe. Havia ideal, união e a crença de uma república melhor. Havia o amor pela bandeira verde, amarela e vermelha. Pela cultura deste povo. Valores, estes, lançados por Anitas e Garibaldis que escreveram a história do nosso Rio Grande do Sul.



A bravura, a fé e o amor destes homens e mulheres são lembrados todos os dias ao sorver um mate, ao assar uma carne, ao dizer um “tchê”. Os exemplos de Anita e Garibaldi foram levados adiante por este povo gaúcho: o amor pela bandeira, pelo povo e o sucesso campo a fora deste Rio Grande.

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Publicado no jornal Gazeta Regional do dia 19 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

Delírios

Otávio chegou exausto em casa depois de um dia intenso. Se não bastasse a pilha de processos por analisar, o barulho do trânsito é ensurdecedor e estava com dor nas costas de ficar por horas sentado na poltrona, em seu escritório. O trabalho não lhe proporciona o mesmo prazer de dez anos atrás, quando começara a advogar. Por diversas vezes perdia a concentração e demorava a voltar ao seu raciocínio. A inquietação de Otávio começou há duas semanas atrás depois que Sofia foi contratada para ser a nova secretária.

Sofia mede cerca de 1 metro e 75 centímetros. Seu tronco é impecável. É a mulher que os homens não poupam elogios e nem fazem cerimônias para olhar. Os cabelos loiros, não muito compridos, resvalam sutilmente sobre seu avantajado decote. Os olhos parecem gotas do oceano, por vezes, parecem azuis, por outras, verdes. As pernas compridas proporcionam o balanço cadenciado do seu rebolado discreto. Para muitos a mulher perfeita. Adjetivo que Sofia já não dava mais tanta importância em ouvir.

Além de linda, Otávio vê em Sofia uma mulher inteligente, agradável para conversar e que raras vezes está de humor alterado. O sorriso de seus lábios carnudos e dentes brancos enfeitiçam o advogado. “A mulher perfeita para viver o resto da vida”, pensou rápido Otávio. Se não fosse casado estaria hoje ao lado daquela empática exuberância loira.

O dia-a-dia ao lado de Sofia fez Otávio articular em sua mente alguns planos para levá-la a um jantar, logo imaginou um motel. Mesmo em casa, naquela noite de temperatura amena, de céu aberto e sem lua, enquanto altera a agenda do próximo dia no escritório, em seu notebook, Otávio sente o perfume delicado e inesquecível da doce Sofia.

Sua perturbação mental já transborda em seu semblante e em suas respostas, vazias, para a esposa. Então, Otávio serve um copo de uísque com duas pedras de gelo. Toma o primeiro gole e passa a lembrar de seu tempo de solteiro. Das responsabilidades que não tinha. “Ah, se eu estivesse só, faria qualquer coisa para estar com Sofia”, lamenta em seu pensamento. Balança a cabeça e tenta voltar ao seu lugar de marido fiel. Não queria fazer mal à mulher que lhe jurou amor eterno.

Otávio não tem dúvida do amor que sente pela companheira. Ele tenta entender o efeito provocado em seu espírito por outra pessoa. Não lhe surge resposta alguma. Balança o copo de uísque. Não enxerga nada a sua frente, somente a imagem de Sofia em seu pensamento. Ouve as pedras de gelo baterem no copo. O barulho lhe desperta. Seca o copo em um movimento abrupto e olha no relógio. É quase meia noite. Otávio fecha o notebook, se levanta e vai dormir ao lado de sua esposa, afinal, amanhã é mais um dia de trabalho.


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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 12 de setembro de 2009

domingo, 6 de setembro de 2009

Intercâmbio na notícia


São Pedro do Sul é um município com cerca de quatro mil habitantes. As águas do rio Vouga atraem turistas de diversas regiões e colabora com o desenvolvimento do, recém emancipado, município. Não fique confuso. Estou falando mesmo de São Pedro do Sul. Fique tranquilo, não mudou nada nesta São Pedro onde você mora. Este município é outro São Pedro do Sul, situado na região central de Portugal.

A semelhança dos nomes gerou confusão na redação do jornal A Razão que publicou na quinta-feira, dia 27 de agosto, uma nota na editoria “A Razão do Rio Grande” (pág. 10) referindo-se à nossa cidade com o título “Requalificação de jardim e mirante em processo”. Sem dúvida o conteúdo causou estranheza aos são-pedrenses que leram a publicação.

As primeiras linhas do texto dizem o seguinte: “A Câmara Municipal de São Pedro do Sul procederá a requalificação do Jardim Central junto ao quartel do Corpo Voluntário de Salvação Pública, tendo adquirido terreno conjuntamente com uma parcela que acrescerá para o futuro Centro de Saúde (...) Será criado um novo passeio para peões até o quartel dos bombeiros...”. E por aí segue a nota (leia completo na imagem acima).

O autor do texto não identifica fontes, por isso, concluo que houve uma pesquisa em algum site de buscas, provavelmente o Google, e surgiu a notícia de São Pedro do Sul, de Portugal. Faltou checagem de informação e também conhecimento da região central do Estado. Ou, pelo menos, dos municípios que fazem divisa com Santa Maria.

Segundo o jornal Português, Público, São Pedro do Sul foi emancipada cidade no dia 12 de junho deste ano. Somente os nomes são iguais, as cidades são completamente diferentes. A gaúcha tem quatro vezes mais habitantes que a portuguesa. As duas possuem particularidades turísticas distintas. O clima, a região e a cultura europeia são diferentes do nosso clima tropical.

A curiosidade é a estrada que leva ao conhecimento. Pela internet conheci outro município de costumes e histórias diferentes com nomes iguais. A troca na informação local nos transportou para milhares de quilômetros de distância. Quem sabe não incentivou turistas a viajarem para Portugal, andar de barco no rio Vouga, numa província abençoada pelo mesmo Santo Pedro? Vai saber.

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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 6 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

O espetáculo da política

Assistia um pequeno debate na televisão na manhã de segunda-feira, 24, num canal da TV a cabo. Dois deputados federais respondiam aos repórteres sobre a Contribuição Social para a Saúde (CSS) ou mais conhecida como “nova CPMF”. Ouvi argumentos dos dois parlamentares e um deles suplicava com veemência pelo novo imposto. Sussurrava como se um morto de fome pedisse um pão para comer. O outro gesticulava muito e argumentava contra a CSS. Os dois ali me levaram a refletir sobre a democracia.

Para deixar claro, a CSS prevê alíquota de 0,1% sobre movimentações financeiras. Contudo, o governo acredita que “só” cinco milhões de brasileiros pagarão o imposto. Entre os isentos estão os aposentados e pensionistas e trabalhadores formais com salários até três mil reais. A CPMF tinha alíquota de 0,38% quando foi extinta, em 2007, e arrecadava aos cofres públicos R$ 48 bilhões por ano.

A discussão entre estes deputados me fez pensar nos efeitos disto diante da população. Nós vivemos de mãos e pés amarrados. Por mais que seja revoltante a instalação de mais um imposto, me diga o que dá para fazer? Quem é o teu representante lá na câmara dos deputados?

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão acenou a favor da CSS e já convenceu a bancada do PMDB a votar a favor da “nova CPMF”. Ótimo! E nós? Estamos aqui e tanto faz para eles. Porque não arrumam dinheiro com o Presidente do Senado, José Sarney?

Nossa democracia está em ruínas. Primeiro: não escolhemos em quem queremos votar. As opções do pleito são selecionadas pelos partidos. Vai continuar a mesma coisa de sempre. Segundo: nossos representantes remam como querem na maré. O que é melhor para si é o melhor para o povo. “Vota neste projeto hoje que amanhã eu voto no teu”. Ah... se fosse só desta forma. Terceiro: sair para as ruas protestar está fora de moda e se sair você pode morrer como aconteceu com um sem-terra na semana passada ou ser preso como ocorreu com duas pessoas que protestavam contra a governadora Yeda Crusius, em Porto Alegre.

Somos marionetes da política. O povo é a maquina do dinheiro. De valores altíssimos que sustentam castelos, mansões, carros importados, empregos com salários elevados (mas a metade vai para o empregador). E aquele deputado que hoje é contra a CSS, quando estiver na situação de governar estará, sem dúvida nenhuma, muito contente com o novo imposto. A política, infelizmente, é feita de politicagem.

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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 29 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Pra onde foi meu sono?


Passava da meia–noite quando me deitei para procurar o sono perdido. Ele estava distante. Pensei que no escuro eu pudesse encontrá-lo com mais facilidade. Entrei num emaranhando de pensamentos e devaneios. O esforço parecia em vão. Para sumir deste jeito o sono trata logo de fazer aliados para despistar, ao máximo, seu paradeiro. Mas, eu não desisti e parti para esta aventura.


Já havia chovido muito e, quando repousei, a mãe natureza resolveu dar uma trégua. Bastou a chuva cessar para o sono conquistar aliados poderosos. Meus ouvidos não perdiam um barulho do outro lado da janela. Briguei com a atenção. Tentei convencê-la que os sons não passavam de um truque deste maldito que por travessura se escondia. Estava quase perto de recapturar este infeliz e os cães começaram a latir. O que é pior, todos ao mesmo tempo. Consegui identificar cinco tons variados de latidos, em distâncias diferentes. Para quem tentava dormir a sinfonia não estava agradável.


Então, o sono, distante de mim, envia a curiosidade para bem perto. Será uma cadela em dia de cio? O carteiro não entrega cartas a essa hora. Se for, por que o cachorro do vizinho, aqui no fundo, não para de acoar? Pra piorar, a ansiedade passa a ter alucinações e de medo se agarra na atenção. As duas juntas iludem o pensamento e me levam a crer ser um bandido. De repente, estala uma madeira. “Estão tentando entrar na casa!”, disse o desespero. É melhor esperar. Mais um movimento eu levanto. “Tenha calma, é só a ventania”, tranquiliza uma voz baixinha. Era o raciocínio. Tentava me ajudar.


Alguém chamava e de susto pulei na cama e arregalei os olhos. Era o despertador a tocar. Faltavam quinze minutos para as seis da manhã. Refleti por cinco minutos. Depois de todo aquele diálogo com os sentidos, não conseguia lembrar em qual momento o sono, de mansinho, me encontrou e me pôs a dormir.


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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 22 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

O vento


Depois de três dias de chuva e tormenta, como se o céu debruçado sobre a terra não fosse parar de chorar, o vento surge carregado de lembranças e põe, novamente, o céu a sorrir. A alegria emanada das alturas expõe um cenário repleto de novas perspectivas aos habitantes da terra. O vento relembra momentos eternizados na memória que jamais serão revividos. E as lágrimas, antes derramadas, vão embora e levam consigo a tristeza e dor de quem se pôs a chorar.


O vento une o quebra-cabeça da vida. Torna presente a infância, o passeio, o encontro, a felicidade quebrada em fragmentos. O sopro, emitido dos céus, sabe-se lá quantas galáxias, quilômetros percorreu, massageia a pele, o rosto, desconserta levemente o cabelo e sem permissão remete os sentimentos de conforto e plenitude a todos que toca.


A tormenta provoca a chuva. A água insistente em cair transparece o não tão observado. Gotas espalhadas, e ao mesmo tempo unidas, dão nova vida às plantas já esquecidas e tidas por mortas. As árvores recebem o líquido precioso como um presente e, em forma de orvalho, dividem com toda a natureza. As gotas da chuva caem focadas e com o objetivo de purificar e lavar a alma terrena.


A chuva e o choro, as gotas e as lágrimas são princípios da renovação. É necessário para erguer o que há muito já tombou. Assim como as flores e as lembranças esquecidas, depois da chuva o jardim volta a florir e o vento cumpre o seu papel.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caminhão tomba na BR 287, a 20 km de São Pedro, nesta madrugada

Um caminhão tombou em um buraco na BR 287, entre São Pedro do Sul e Santa Maria, às 4h30min da madrugada desta quarta-feira, próximo a região do viaduto (a 20 quilômetros de São Pedro). Segundo o Corpo de Bombeiros de São Pedro, o único tripulante do caminhão não se feriu. O veículo será removido ainda nesta manhã.

Conforme a versão apurada pelos bombeiros, o motorista foi pressionado por um caminhão boiadeiro e precisou puxar a direção para o lado e caiu em um barranco.

A previsão para retirada do caminhão era às sete horas desta manhã. Por volta das oito horas, a Polícia Rodoviária Federal ainda não havia recebido o chamado para auxiliar a remoção do veículo. A pista pode ficar parcialmente interrompida.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Motorista bate em guarda-corpo de viaduto, na BR 287, em São Pedro

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista de um Del Rey, de cor branca (placas: ISH-8529 - Toropi) seguia no sentido Santa Maria – São Pedro do Sul quando colidiu no guarda-corpo de um viaduto, na BR 287, em São Pedro do Sul. De acordo com a PRF, o condutor fugiu do local do acidente e testemunhas teriam percebido embriaguez no acusado.

A PRF identificou o motorista (iniciais: F.M.) e comprovou sua embriaguez depois de receber informações da Brigada Militar, de São Pedro. O acidente ocorreu na tarde deste domingo, 09.
De acordo com a PRF o trânsito foi intenso nas rodovias, da região central, a partir das 16h deste domingo. O fluxo normalizou por volta das 21h. Cinco acidentes foram atendidos.

As pistas continuam molhadas nesta manhã de segunda-feira. Os patrulheiros sugerem a redução de velocidade, manter distância maior entre um veículo e outro e ligar a sinaleira ou farol baixo em pontos onde a visibilidade pode estar prejudicada.

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sábado, 8 de agosto de 2009

Um dia para eternizar

O Dia dos Pais é muito importante para mim. A é data valiosa para todos, mas, por algumas particularidades, é meu momento de matar a saudade e passar um dia inteiro com o “velho”. Nosso programa é mais simples do que você possa imaginar. Quando criança, “o pai” levava para passear, almoçar e assistir a “Temperatura Máxima”. Coisas normais de um dia-a-dia ou final de semana em família. Porém, cresci distante do meu pai e conforme os dias se aproximavam do segundo domingo de agosto o frio na barriga aumentava.

“Que horas o pai vai chegar?”, perguntava minha irmã. “Umas 9h”, eu respondia. Nós sabíamos que ele chegaria de manhã, mas não a hora exata. Pelo menos ajudava a enganar a ansiedade em casos de atraso. Quando a cadelinha latia, a gente se apressava e largava tudo. Uma breve discussão para quem iria entregar o presente e corríamos até a porta esperar.

Depois desta data, o encontro poderia levar alguns dias, semanas ou meses para se repetir. Sempre soube dos problemas e das dificuldades deste “gaudério”. Às vezes causa tristeza ou revolta e isso faz parte e é normal. O telefone ainda é o nosso principal meio de aproximação durante grande parte do ano. E não veja isso como um problema. Ao contrário, gosto muito de falar com alguém que, apesar de suas dificuldades, sabe orientar e prestar conselhos. Meu pai é assim. Nós não precisamos estar juntos para estar perto um do outro.

Com o tempo, percebi que, esteja longe ou perto, pai e filho estarão sempre juntos. Alguns separados pelas imperfeições da vida, pelo trabalho ou estudo. Por isso, o presente tem de ser dos melhores, no Dia dos Pais. Não falo de um presente material. O melhor de todos, é o sorriso de quem recebe uma lembrança, a emoção retribuída em abraços e as horas passadas juntos. As lembranças que ficarão imortalizadas. Pai e filho estão interligados pelo pensamento, espírito, pela genética, ou, simplesmente, pelo amor. Pai, eu te amo! Feliz Dia dos Pais.
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 08 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sobe para 29 o número de mortos pela Gripe A, no RS

A Secretaria Estadual de Saúde emitiu uma nota, nesta segunda-feira, dia 03, confirmando mais quatro mortes provocadas pela Gripe A, no Rio Grande do Sul (RS). Santa Maria registra o quarto óbito.

Conforme a nota:


“O primeiro óbito foi no dia 23 de julho, do sexo feminino, 43 anos, portadora de Dislipidemia ( aumento anormal da taxa de lipídios no sangue), do lar, em Passo Fundo.

A segunda morte foi em 25 de julho, do sexo masculino, 45 anos, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Obesidade, motorista de caminhão, em Novo Hamburgo.

O terceiro óbito foi em 27 de julho, do sexo masculino, 39 anos,de profissão pastor/pintor, sem co-morbidades, em Santa Maria.

O quarto óbito foi em 01 de agosto, do sexo masculino, 44 anos, torneiro mecânico, sem co-morbidades, em Passo Fundo”.

Com isto, sobe para 29 o número de vítimas fatais no Estado. No País, seis estados (RS, RJ, SP, BH, PE, SC) confirmaram mais 19 óbitos decorrentes da Nova Gripe. No Brasil, a soma chega a 95 mortes.
Fontes: Secretaria de Saúde do RS; Portal G1; Folhaonline;

Véiculo utilizado em assalto a banco, em Nova Palma, é encontrado no interior de São Pedro

Uma caminhonete F-1000 utilizada no assalto ao Banco do Brasil, de Nova Palma, região central do Rio Grande do Sul, foi abandonada, segundo a Brigada Militar, de Santa Maria (SM), em uma estrada no distrito de Canabarro, em São Pedro do Sul, a 40 quilômetros de SM. A F-1000 foi encontrada por volta das 6h desta segunda-feira.

O assalto foi realizado por uma quadrilha, com pelo menos sete integrantes, à uma hora da madrugada, desta segunda-feira, 03. Os bandidos quebraram os vidros da agência com marreta ou pé-de-cabra e levaram dois caixas eletrônicos. Um dos terminais caiu no chão durante a fuga. Segundo testemunhas, os ladrões fugiram dando tiros para cima.

Até o início da noite de segunda, a polícia não possuía suspeitos para o crime. Para o delegado de Nova Palma, Márcio Schneider, cidades pequenas são mais vulneráveis a assaltos às agências bancárias. O município possui aproximadamente seis mil habitantes.

As duas caminhonetes furtadas utilizadas pela quadrilha foram encontradas até às 7h da manhã. Uma F-1000, no interior de São Pedro do Sul e uma Silverado, em São Martinho da Serra.

Ao meio-dia mais uma agência do Banco do Brasil foi assaltada na região central. Desta vez, em Pinhal Grande, município com 4,5 mil habitantes. Quatro homens invadiram o banco, renderam um vigia e fizeram um homem de refém.

Depois de recolher o dinheiro dos caixas, a quadrilha fugiu em um Gol vermelho, em direção ao interior de Nova Palma. A Brigada Militar ainda faz buscas no local.

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sábado, 1 de agosto de 2009

A invasão do crack

A quantia apreendida de drogas, na vila Riveira, em São Pedro do Sul preocupa, não somente as autoridades policiais, como também a população. Na noite de quarta-feira, 29, a Polícia Civil (PC) prendeu cinco pessoas por tráfico de entorpecentes. Foram capturadas 121 pedras de crack, 20 trouxas de cocaína e uma de maconha, além de dinheiro e documentos de terceiros. O município de, cerca de, 16 mil habitantes passa a ganhar novos ares e problemas de cidade grande.

Para o delegado da PC, Sandro Meinerz, o número de drogas apreendidas é altamente expressivo, para São Pedro. “Para uma cidade pequena que tem um índice de criminalidade razoavelmente baixo, realmente é uma quantidade elevada. O que demonstra que há uma alta procura”, diz. O delegado ainda acrescenta que o número de roubos a pedestres está aumentando no município.

Talvez tenhamos visto somente a ponta de um iceberg. “No local havia apenas a comercialização. Provavelmente a droga era escondida em outro local”, destaca Meinerz. O comércio do crack, segundo a PC, inicia durante a tarde e termina no final da madrugada. As investigações iniciaram depois que populares passaram a denunciar a situação. Para o delegado da Polícia é alarmante o número de jovens circulando no local durante a noite. “É mais movimentado que o centro da cidade”, afirma Sandro Meinerz.

O agravante, é que, o crack já faz parte da vida de centenas, talvez de milhares, de são-pedrenses. O entorpecente é responsável por mudanças nas estatísticas de criminalidade. O número de assaltos, roubos e práticas criminosas aumenta nas cidades onde o tráfico é predominante. Ainda não é o caso de São Pedro do Sul.

Em 50 dias, conforme a Polícia, sete traficantes foram presos. Um resultado positivo das investigações realizadas. O objetivo destes trabalhos é coibir o tráfico, a receptação do alucinógeno, o furto e o roubo no perímetro urbano.

A sociedade está diante de uma nova realidade, triste, predatória e incontrolável. Crianças, jovens e adultos podem se tornar vítima da epidemia mais temível da raça humana: o crack. E este problema não pode ficar somente nas mãos da polícia. A orientação e a educação dentro de casa são fundamentais e decisivas na hora de dizer “não” às drogas.

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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 01 de agosto de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Polícia Civil apreende drogas e prende cinco, na vila Riveira

Foram apreendidas 121 pedras de crack, 20 trouxas de cocaína e uma de maconha, e cinco pessoas presas, na noite de quarta-feira, 29, na vila Riveira, em São Pedro do Sul, região central do Rio Grande do Sul (RS). As drogas eram comercializadas em casas de prostituição.

Segundo o delegado da Polícia civil (PC), Sandro Meinerz, a circulação de pessoas no local é maior do que no centro da cidade. O comércio de entorpecentes inicia à tarde e só termina na madrugada.

A droga apreendida era comercializada no local e pode haver mais escondida. ““No local havia apenas a comercialização. Provavelmente a droga era escondida em outro local”, diz Meinerz.
A ação policial é resultado em uma investigação realizada depois de denúncias efetuadas por populares.

Nos últimos 50 dias, sete traficantes foram presos em São Pedro do Sul.

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Gripe A mata mais três no RS

O Rio Grande do Sul (RS) confirma, nesta terça-feira, 28, mais três óbitos decorrentes da nova gripe. Um aposentado de 62 anos, cardiopata, morreu em Caxias do Sul, no dia 25 de julho. Também em Caxias, uma jovem de 18 anos, que portava pneumopatia crônica, faleceu no dia 20 de julho. Ontem, um homem, de 45 anos, morreu em Uruguaiana.

Sobe para 19 o número de mortes devido à gripe A, no RS. São 56 no país. Em São Paulo, universidades e escolas públicas adiaram as aulas.

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ProUni divulga relação de pré-selecionados

Divulgação
34 mil 666 estudantes foram pré-selecionados pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), na primeira chamada realizada, nesta terça-feira, 28. Os selecionados devem comprovar as informações prestadas na inscrição do programa, nas instituições onde deverão freqüentar o ensino superior, até o dia 7 de agosto.

A lista dos pré-selecionados está na internet, no site do ProUni. O candidato deverá informar o número de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou o do CPF.

A segunda chamada está prevista para sair no dia 14 de agosto.

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Colégio Santa Maria adia volta às aulas por causa da nova gripe

O colégio particular, Marista Santa Maria adiou o retorno dos alunos às aulas, para a próxima segunda-feira, dia 03. A decisão foi tomada depois de uma reunião do Conselho Escolar no final da manhã da última segunda-feira.

Para a direção, a cidade passa por um momento delicado com relação à nova gripe. Segundo o vice-diretor, Alexandre Dias Lopes, 73% dos alunos compareceram nas salas de aula, no período da manhã, de segunda. “A escola não tem nenhum caso registrado de gripe, nenhuma suspeita, nem em alunos, nem em familiares. Esta é uma forma de colaborar com a comunidade santa-mariense, que hoje apresenta um risco (de contágio) significativo”, tranquiliza Lopes.
Outras escolas particulares, como Sant’Anna e Fátima, voltarão às aulas dentro do prazo previsto, na próxima segunda-feira, assim como a rede estadual de ensino.

Em São Paulo, a volta às aulas da rede estadual de ensino foi adiada para o dia 17 de agosto.

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sábado, 25 de julho de 2009

Bilhete premiado é do RJ

Do Portal G1
Um único bilhete da cidade do Rio de Janeiro (RJ) levou neste sábado (25) o maior prêmio da Mega-Sena no ano, no valor de R$ 55,863 milhões - concurso 1.094.

Confira os números sorteados: 09 - 10 - 21 - 36 - 41 - 48

Segundo a Caixa, 211 bilhetes acertaram cinco números e cada um vai receber R$ 25.579,45. Outras 18.534 apostas acertaram a quadra e vão receber R$ 416,01.

O maior prêmio da história foi pago para um apostador de Salvador (BA), em outubro de 1999: R$ 64,9 milhões.

A previsão para o próximo concurso, a ser sorteado na quarta-feira (29), é de R$ 25 milhões.

Mais de R$ 390 mil por mês, sem fazer nada

Reprodução/TV Globo
Já pensou em comprar uma Ferrari zero quilômetro todo mês ou um carro, como Honda Civic, toda semana? Quem sabe, alguns apartamentos? O melhor disto tudo, é que você pode gastar sem tocar um dedo na sua fortuna, somente com o rendimento dela.

A Mega-Sena paga hoje R$ 56 milhões. Quem levar esta bolada e depositar o valor na poupança vai receber, só em juros, R$ 392 mil por mês.

Vale uma fezinha, hein?

O sorteio será realizado hoje, na cidade de Currais Novos, no Rio Grande do Norte (RN). Este é o maior prêmio do concurso este ano. Em 27 de junho, quatro apostadores dividiram o prêmio de R$ 55 milhões. R$ 13,9 milhões para cada sortudo.

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Região central registra temperaturas negativas

Foto: Bernardo Bortolotto
Amigos tomam um café para espantar o frio, no Calçadão de SM

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Santa Maria (SM) registrou -2ºC durante o início da manhã de sábado, 25. Esta é a temperatura mais baixa registrada este ano, na cidade. Em outros municípios da região central o frio também foi severo. Não há um registro preciso da temperatura em São Pedro do Sul. Devido a posição geográfica, pode-se dizer, que a variação de temperatura foi pouca entre Santa Maria e São Pedro. Podendo variar dois graus, tanto para mais, quanto para menos.

Na região da Serra, os termômetros de Vacaria baixaram para 6,3ºC negativos. Na Capital fez 0ºC, a mais baixa em nove anos.
Envie sua foto do frio: colunabbb@gmail.com

Felipe Massa passa bem por cirurgia no crânio

Foto: Agência/EFE
Felipe Massa é retirado do carro
Do Portal G1

Após o forte acidente no treino classificatório, causado por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello e bateu em seu capacete, Felipe Massa passou por uma bem-sucedida cirurgia no Hospital Militar de Budapeste para a retirada de um fragmento ósseo. De acordo com a equipe médica, o cérebro não foi atingido e não teve de ser descomprimido.

De acordo com um comunicado divulgado pela Ferrari, um exame médico mostrou, além do corte na testa, de cerca de oito centímetros, uma lesão na parte esquerda do crânio e uma concussão cerebral. O brasileiro passará pela cirurgia e ficará em observação na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Militar de Budapeste durante esta noite, sedado.

O vírus da desinformação é aliado ao da nova gripe

Além de combater e prevenir à gripe comum, os antibióticos, as vacinas e alguns remédios também geraram efeito de relaxamento nas pessoas. Os hábitos de lavar as mãos com frequência, de proteger a boca com lenço ou papel ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações em locais fechados, ingerir vitaminas, entre tantos outros, foram, praticamente extintos. E, como o ser humano é resistente à troca de costume, ficou muito mais fácil vestir uma máscara, que não evita nada (só a saliva fica presa ao espirrar e tossir), do que buscar a informação correta para evitar o contágio da gripe A.

A nova gripe ainda não possui cura e nem vacina para prevenção. Não é motivo para pânico. Vítimas fatais da doença, a maioria, já tinham alguma complicação, como bronquite, asma, obesidade mórbida, baixa imunidade. Como o organismo humano ainda não tem resistência à influenza A (H1N1), os sintomas evoluem muito rápido. Principalmente para quem tem algum destes problemas citados.

Mas, tem também o vírus da desinformação desinformando muita gente. Tem restaurante aqui na cidade vaporizando bálsamo alemão para impedir que o vírus da gripe A se espalhe pelo ar. As máscaras cirúrgicas simples que as pessoas estão procurando e usando não são 100% eficazes. A proteção devidamente apropriada é a máscara com certificação N95 ou PFF2, também chamadas de "bico de pato", por seu formato. Elas possuem um filtro especial que impede a passagem de micro-organismos tão pequenos quanto os vírus. E mesmo assim, não se faz necessário o uso à população.

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em entrevista à rádio Gaúcha, na manhã da última quarta-feira, revelou que no mesmo período do ano passado a gripe comum matou 4.500 pessoas. Até agora, (quarta, 22 de julho), foram 23 mortes causadas pela influenza A (H1N1).

Ninguém deve se despreocupar com a nova gripe e nem com a comum. O que não pode haver são pânico e desinformação. Saiba a diferença entre os sintomas das duas doenças e procure o médico se realmente for necessário, porque aí está outro problema. Com o desconforto causado pela enxurrada de notícias (sensacionalistas) a busca por atendimento nos órgãos municipais de saúde aumentou em todas as cidades. Caso você não esteja com a doença, pode contraí-la na sala de espera pela consulta.

Os cuidados para evitar as duas gripes são os mesmos. Procure saber corretamente tudo sobre as influenzas para evitar a propagação dos vírus, sejam das doenças ou da má informação.

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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 25 de julho de 2009

ATENÇÃO COM OS CUIDADOS DE HIGIENE PESSOAL, LUGARES PÚBLICOS COM AGLOMERAÇÕES E FECHADOS!

1 - Quanto tempo pode durar o vírus vivo em uma superfície?
R: Até 10 horas.

2 - Qual a utilidade do álcool para limpar as mãos?
R: Deixa o vírus inativo e mata-o.

3 - Qual é o meio mais eficaz de infecção deste vírus?
R: O ar não é a forma mais eficaz de transmissão do vírus, o fator mais importante para a fixação do vírus é a umidade, (revestimento do nariz, boca e olhos), o vírus não voa e não atinge mais de um metro distância.

4 - É fácil a infectar-se em aviões?
R: Não é um meio propício.

5 - Como posso evitar a infecção?
R:Não levar as mãos ao rosto, olhos, nariz e boca. Não ter contato com pessoas doentes. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.

6 - Qual é o período de incubação do vírus?
R: Em média 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase que imediatamente.

7 - Quando você deve começar a tomar medicação?
R: Se tomada até 72 horas depois, as perspectivas são muito boas, a melhora é de 100%.

8 - Qual é a forma como o vírus entra no corpo?
R: Contato ao dar a mão ou beijar na bochecha. Ele penetra pelo nariz, boca e olhos.

9 - O vírus é letal?
R: Não, o que provoca a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é pneumonia

10 - Quais os riscos dos familiares de pessoas que morreram?
R: Elas podem ser portadoras e formam uma cadeia de transmissão.

11 - A água nas piscinas transmite o vírus?
R: Não, porque ele contém substâncias químicas e cloradas

12 - O que faz o vírus para provocar a morte?
R: Uma cascata de reações, tais como insuficiência respiratória, a pneumonia grave é a causa da morte.

13 - Quando pode iniciar o contágio, mesmo antes ou só quando os sintomas correm?
R: Desde que se tenha o vírus antes dos sintomas.

14 - Qual é a probabilidade de recaída com a mesma doença?
R: 0%, pois fica-se imune ao vírus.

15 - Onde é que o vírus se encontra no meio ambiente?
R: Quando uma pessoa contagiada tosse ou espirra , o vírus pode permanecer em superfícies lisas, como portas, dinheiro, papéis, documentos, desde que haja umidade. Uma vez que não se pode esterilizar o ambiente é extremamente recomendada higiene das mãos.

16 - Se eu for para um hospital particular podem cobrar-me o remédio?
R: Não, existe um acordo de não cobrar, porque o governo o está proporcionando a todas as instituições de saúde públicas e privadas.

17 - O vírus ataca mais os asmáticos?
R: Sim, esse pacientes são mais sensíveis, mas este é um germe novo, todos são igualmente suscetíveis.

18 - Qual é a população que este vírus está atacando?
R: 20 a 50 anos de idade.

19 - A máscara é útil para cobrir a boca?
R: Há algumas melhores do que outras, mas se você for saudável é contraproducente, pois o vírus, por seu tamanho, atravessa-a como se ela não existisse e usando a máscara, é criado dentro da área do nariz e da boca um microclima úmido favorável ao desenvolvimento do vírus. Mas se você já está infectado, melhor usá-la para evitar infectar outras pessoas, neste caso ela é relativamente eficiente.

20 - Posso fazer exercício ao ar livre?
R: Sim, o vírus não vai para o ar e não tem asas.

21 - Existe alguma vantagem em tomar vitamina C?
R: Não serve de nada para evitar a infecção por este vírus, mas ajuda a resistir aos sintomas.

22 - Quem está a salvo da doença ou quem é menos suscetível?
R: Não há ninguém a salvo, o que ajuda é a higiene dentro de casa, escritório, utensílios e não ir a lugares públicos.

23 - Será que o vírus se move?
R: Não, o vírus não tem nem pernas nem asas, só com um empurrão para entrar no interior do corpo.

24 - Os bichos de estimação podem propagar o vírus?
R: Este vírus não, talvez alguns outros vírus.

25 - Se eu for a um velório de alguém que morreu deste vírus posso infectar-me?
R: Não.

26 - Qual é o risco de mulheres grávidas com o vírus?
R: As mulheres grávidas têm o mesmo risco de qualquer pessoa, mas é por dois, elas podem tomar antivirais em caso de infecção, mas com rigorosa supervisão médica.

27 - O feto pode ter lesões se uma mulher grávida é infectada por este vírus?
R: Não sabemos o que pode acontecer, pois é um vírus novo.

28 - Posso tomar ácido acetilsalisílico (aspirina)?
R: Não é recomendado, pode causar outras doenças, a menos que tenha sido receitado para problemas coronários, nesse caso, deve-se continuar.

29 - Existe alguma vantagem em tomar antivirais antes dos sintomas?
R: Não é bom.

30 - As pessoas com HIV, diabetes, aids, câncer, etc. podem ter mais complicações do que uma pessoa saudável, quando do contágio pelo vírus?
R: Sim.

31 - A gripe convencional poderia tornar-se Influenza A(H1N1)?
R: Não.

32 - O que mata o vírus?
R: O sol, mais de 5 dias no ambiente, o sabão, os antivirais específicos, o álcool gel.

33 - O que fazer para prevenir infecções, nos hospitais, para outros pacientes que não têm o vírus?
R: Isolamento

34 - O álcool gel é eficaz?
R: Sim, muito eficaz.

35 - Se eu sou vacinado contra a gripe sazonal eu estou segura?
R: Não serve de nada, ainda não há vacina para o vírus.

36 - Este vírus está sob controle?
R: Não totalmente, mas estão sendo tomadas medidas agressivas de contenção.

37 - O que acontece com a mudança de alerta 4 para 5?
R: Fase 4 não é diferente da fase 5, só significa que o vírus se propagou de pessoa a pessoa em mais de 2 países, e a fase 6, é que se propagou para mais de 3 países.

38 - Quem foi infectado por este vírus e está saudável, é imune?
R: Sim.

39 - As crianças que têm tosse e constipações podem estar com a gripe A?
R: É pouco provável.

40 - Quais medidas as pessoas que trabalham devem tomar?
R: Lave as mãos várias vezes ao dia.

41 - Eu posso pegá-lo ao ar livre?
R: Se as pessoas estão infectadas e tossem ou espirram perto de você, pode acontecer, mas o ar é um meio de pouco contágio.

42 - Pode você comer porco?
R: Sim você pode e não há risco de contágio.

43 - Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está sob controle?
R: Embora a epidemia esteja controlada agora, no inverno boreal (hemisfério norte) pode retornar e provavelmente não haverá vacina ainda.