segunda-feira, 16 de novembro de 2009

No mundo do deslumbramento tecnológico é evidente que as pessoas estão cada vez mais sozinhas. Para se comunicar com alguém é rápido, basta utilizar um telefone ou a internet e pronto. Para ir até a casa de um parente, amigo ou até mesmo um estabelecimento comercial somente se for necessário. As informações chegam a cada minuto. E a individualidade se sobressalta à convivência. E, quem substitui o afeto e a troca de carinho humano, tão em falta nos dias de hoje? Os animais.

Na revista Planeta, edição 445, na página 57, a jornalista Tereza Kawall descreve o comportamento humano, assim: “Trancados nas nossas cavernas virtuais domésticas, dentro de automóveis escuros e blindados, vamos em frente, vivendo a estranha ilusão de estarmos ‘plugados’, conectados com o mundo”.

Concordo plenamente. Muitos fatores influenciam este comportamento. A violência, por exemplo. Está difícil sair de casa, independente de horário, a sensação de intranquilidade é constante. Nas famílias, quando os filhos saem de suas casas e os pais necessitam preencher o vazio que fica. A própria degradação do meio ambiente torna a todos mais inseguros quanto ao futuro. Então, em um primeiro momento, os sites de relacionamento e outras tecnologias suprem falsamente a necessidade do contato entre as pessoas.

Por isso, os seres-humanos buscam adotar cães e gatos. Segundo a reportagem da revista Planeta, “quando pessoas brincam e trocam olhares com os seus cães os níveis do hormônio que estimula a sensação de afeto entre a mãe e o bebê são sempre maiores do que antes”. A revista também cita que casais estão adotando cães ao invés de ter seu próprio bebê.

Muitas residências são habitadas por caninos e felinos. Na maioria destes locais, os cães são tratados como uma criança, um ser humano. Já vi um cachorrinho que toma café preto depois do almoço. De acordo com especialistas, as manifestações dos animais, a troca de olhares e vê-los satisfeitos traz um retorno positivo ao seu dono.

“Ao lado de nossos companheiros caninos ou felinos, podemos mostrar sem pudor nossa fraqueza, nosso desamparo, nossa dor. Podemos demonstrar, da mesma forma, nossa força e coragem. Podemos ter certeza de que somos importantes na vida de alguém ou, simplesmente falando, de que somos amados”, conclui Tereza.
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Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 14 de novembro de 2009

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