sábado, 11 de julho de 2009

A droga das tragédias (2) – Bebida alcoólica

Bebida alcoólica não é considerada droga, como a maconha, cocaína, crack. Porém, é tão nociva, ou até mais, quanto estes entorpecentes. A bebida de álcool também vicia e pode servir de ponte para o uso de alucinógenos mais fortes. Mesmo responsáveis por milhares de mortes no trânsito, por discórdias entre famílias e agressões contra mulheres, estas bebidas são vendidas em qualquer estabelecimento e facilmente encontradas nas residências dos brasileiros.

Morrem mais de 100 pessoas por dia, no Brasil, vítimas de acidente de trânsito. O dado mais recente é do ano 2007 e registra 35 mil mortes por ano. Especialistas acreditam que o número real chegue a 50 mil, porque são contados apenas aqueles que morrem no local do acidente. A cada 100 vítimas fatais, 25 ingeriram bebidas alcoólicas. Sem contabilizar os casos em que motoristas embriagados tiraram vidas de outras pessoas.

O consumo de bebida alcoólica é maior nos finais de semana e feriados prolongados. Datas com maiores registros de mortes no trânsito. Assim como as agressões contra as mulheres. 85% dos casos elas são agredidas por homens da própria família. A maioria destes agressores (80%) estava bêbada ou drogada. Você pode comprovar este dado em qualquer delegacia do país. Este número inclui, apenas, agressões físicas.

Alcoólatras encontram dificuldades no tratamento. Uma internação deve levar no mínimo 21 dias para desintoxicação. Porém, como um viciado poderá levar uma vida longe das bebidas, depois de se tratar, se ela faz parte da cultura do brasileiro? Assim como o crack e qualquer outra droga, o usuário precisa de força de vontade e apoio da família e amigos para evitar uma recaída.

As leis Maria da Penha (protege as mulheres contra as agressões domésticas) e Seca (proíbe motoristas de dirigirem alcoolizados) não são suficientes para coibir as mortes e a violência. A bebida é vendida livremente em qualquer bar, esquina, estrada. Está dentro da maioria das casas dos brasileiros. É um costume. Às vezes, beber é moda, é bonito. Em outras ocasiões, é um refúgio dos problemas. A bebida é um hábito hereditário. Passa de pai para filho.

E-mail: colunabbb@gmail.com
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 11 de julho de 2009

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