terça-feira, 7 de julho de 2009

A droga das tragédias (1) – O crack

O crack é avassalador. Milhares de famílias foram destruídas por esta droga, no país. Também é responsável pelo aumento da criminalidade. Desde o começo de 2008 o crack chegou em São Pedro do Sul. Demorou a aparecer. A pressão exercida pelos órgãos de imprensa, sobre as autoridades, obriga uma busca incessante por resultados no combate ao entorpecente.

O número de apreensões do entorpecente cresceu 300% em um ano (dado do mês de junho), no Brasil. Depois que o crack é caçado e apreendido, o que é feito com as suas vítimas? São internadas e tratadas? Continuam nas ruas, a raras exceções. Na verdade não existe hospitais psiquiátricos com leitos para tantas. Nem métodos eficazes de tratamento. Este vício não tem cura e depende da força de vontade de quem quer parar de fumar. O apoio de amigos e familiares é fundamental. É a base para uma criança, adolescente ou jovem não embarcar nesta.

O crack é capaz de viciar na primeira vez que for usado. Depende muito de cada organismo. Mas, se não for de prima, o usuário estará viciado, no máximo, na terceira vez que fumar. A pedra custa R$ 5. Aparentemente é mais barata que outras drogas. Não é. Um viciado precisa fumar entre 20 e 30 pedras por dia. Se faltar dinheiro, começa a furtar os objetos de dentro de casa. Se não houver mais o que surrupiar de dentro do lar, passará a cometer crimes.

No primeiro semestre de 2008, em um programa na rádio Integração FM, no qual eu participava, o entrevistado era uma autoridade do governo e relatava que a prefeitura buscava leito para um paciente em estado avançado do vício. Há um ano o crack passou quietinho pela sociedade. Chegou à periferia e se espalhou. O tema veio à tona, com força, semanas atrás, quando a Brigada Militar apreendeu uma quantia da droga, em um bairro da cidade.

O caso do crack é como um círculo. Ela é apreendida. Alguns traficantes vão presos, outros não. Quem não vai para trás das grades continua a traficar. Este mercado é vasto e rende altos lucros financeiros. Os usuários querem mais drogas. Alguém vai fornecer até ser descoberto. Parte do alucinógeno será capturada de novo. E o círculo só cresce.

A repressão à droga e a traficantes é necessária. Contudo, enquanto não houver uma política social, de educação e distribuição de renda, a repressão armada é impotente. É como um dente dolorido. Você pode tomar analgésicos para passar a agonia, mas se não for ao dentista, ela volta e o analgésico começa a perder o efeito.

E-mail: colunabbb@gmail.com
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 04 de julho de 2009

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