quarta-feira, 27 de abril de 2011

Julgado e condenado

Foto: Paulo Cesar

O ser humano tem um dom (ou carma?). É o da capacidade de julgar, condenar. Mudar de julgamento de um momento para o outro e sem conhecimento de fato. Por exemplo, Jesus Cristo. O mesmo povo que o seguia, foi o mesmo que o julgou e o condenou à morte. Por quê? Pode ser a famosa fofoca. Ouve daqui, fala lá e as estórias ganham formas diferentes. E, quando é assim, geralmente, alguém vai para a cruz.

Outro exemplo disso, é de um caso recente. Ganhou repercussão na região central do estado, porque envolveu um acadêmico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Local onde milhares de estudantes de todo país se cruzam todos os dias. O episódio da semana teve como protagonista um universitário de 34 anos que teria em sua página do Orkut manifestações preconceituosas contra raças e sexos.

No sábado, dia 16, a Polícia Federal (PF) deteve o acadêmico e o encaminhou para um hospital psiquiátrico. O homem já fazia um tratamento e havia deixado de frequentar as consultas. Com isso, as autoridades fizeram com que voltasse a cumprir com suas obrigações. Afinal, o tratamento já faz parte de uma penalização por porte ilegal de arma, no ano de 2005.

Diante da página na internet, porte ilegal de arma e PF buscando o estudante, dá para tirar quê conclusão? Na UFSM a boataria dizia que ele iria instalar uma bomba no Centro Tecnológico. Outras pessoas, que sequer um dia conversaram com ele disseram ser um sujeito quieto, sempre na dele. A maioria das pessoas julgou e condenou. Afinal, é um dom (não?). Alguns até disseram que além de tudo isso, ele era esquizofrênico. Opa, ser doente é ser um criminoso?

A PF deixou claro que o universitário não é investigado por nada. Não há provas, fatos ou qualquer circunstâncias que levem a crer que seja um terrorista ou criminoso. A única coisa concreta é: ele está doente e precisa de tratamento.

Este é mais um episódio, resumido, de mais alguém que vai para a cruz antes de sua história ser esclarecida. Este período é um bom momento para refletir, porque nem todos, além de Cristo, terão a capacidade de ressuscitar três dias depois e ainda amar seus semelhantes. Da boa lição tirada aqui, é da importância de identificar algum problema com o próximo e buscar ajuda. Mas sem julgamentos e condenações precipitadas.

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