sábado, 9 de agosto de 2008

Só isso?

Na última terça-feira, 5 de agosto, a Assembléia Legislativa gaúcha aprovou o aumento salarial da Governadora Yeda Crusius, em 143%. De R$7,1 mil passou para R$17,3 mil. O vice-governador, Paulo Feijó e os secretários de governo, receberam quase 89% de aumento: de R$6,1 mil foi para R$11,5 mil. Neste mesmo dia, a Governadora estava em Brasília, buscando apoio para reverter a lei que criou o piso salarial de R$950,00 para os professores. Com a mesma desculpa: o Rio Grande do Sul não tem condições de pagar tudo isto.


Os cortes de funcionários da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural(EMATER), a “enturmação” que afastou professores e também alunos das escolas(aliás, o que é a educação hoje em dia?), o abandono das viaturas da Brigada Militar, sem concertos. Estes, não são suficientes para tirar o Estado do lodo.


A salvação, já está a caminho. O empréstimo junto ao Banco Mundial, o Bird, de R$1,1 bilhão será utilizado para pagar dívidas com encargos elevados. Assim, a Fazenda espera economizar entre R$150 e R$200 milhões por ano. Se sair tudo como o esperado e não for necessário pagar juros sobre este valor(1,1 bi), as classes trabalhistas podem ter seus pedidos realizados. Será?


Enquanto policiais não tem condições suficientes para proteger, professores sofrem para educar a multidão dentro da sala, outros muitos são chutados de seus cargos e buscam novas alternativas, porque o Estado não tem dinheiro para suprir tais necessidades, Yeda Crusius goza de 10 mil a mais no seu ordenado mensal. Tudo pago por aqueles que caem abaixo do seu nariz.

Bernardo B. Bortolotto – *Acadêmico de Jornalismo
Email: colunabbb@gmail.com

Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 09 de agosto de 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário