
Música assobiada pela aragem em coxilhas, na lida campeira, na vida eterna do gaúcho. Conhecido pelo frio e por carregar chuviscos, o minuano faz poesia. Puxe um pala e se ajeite num pelego, em frente ao fogo do lado do teu amor, deixe que ele cante lá fora.
Enamorado com a brisa da manhã, com um mate na mão, o gaúcho observa o morro, o campo e os animais. Ele lembra os tempos de criança, os tempos de tropeiro. A aura mexe o cabelo, atinge a alma e o coração. Lábios vermelhos perdem a cor, só até ganharem um beijo.
Este minuano que varre o solo gaúcho toca as lembranças e mexe com os corações. É o sopro gelado em manhãs chuvosas ou ensolaradas do inverno. É o vento gaúcho, nascido desde guri. Tradicionalista como é, não abandonou a lida.
Os índios deixaram de existir e agora são história. Aos poucos, o verde do campo é consumido pelo cinza urbano e talvez sobreviva em fotografias. A vida no campo há muito não é mesma, faz parte da evolução, faz parte do contemporâneo. Por isso , o minuano volta todos os invernos e toca a alma gaúcha, para virar verso, prosa, poesia e canção.
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