sábado, 3 de julho de 2010

Sopro de inspiração

Sopra o vento carregado de histórias e de poesia. Depois da chuva o sol brilha. O minuano vem de longa caminhada pelo sudoeste até chegar ao Rio Grande do Sul, está em casa. Os Minuanos, índios que habitaram o sul do estado, fazem parte da história, até se tornaram vento. Até se tornaram música.

Música assobiada pela aragem em coxilhas, na lida campeira, na vida eterna do gaúcho. Conhecido pelo frio e por carregar chuviscos, o minuano faz poesia. Puxe um pala e se ajeite num pelego, em frente ao fogo do lado do teu amor, deixe que ele cante lá fora.

Enamorado com a brisa da manhã, com um mate na mão, o gaúcho observa o morro, o campo e os animais. Ele lembra os tempos de criança, os tempos de tropeiro. A aura mexe o cabelo, atinge a alma e o coração. Lábios vermelhos perdem a cor, só até ganharem um beijo.

Este minuano que varre o solo gaúcho toca as lembranças e mexe com os corações. É o sopro gelado em manhãs chuvosas ou ensolaradas do inverno. É o vento gaúcho, nascido desde guri. Tradicionalista como é, não abandonou a lida.

Os índios deixaram de existir e agora são história. Aos poucos, o verde do campo é consumido pelo cinza urbano e talvez sobreviva em fotografias. A vida no campo há muito não é mesma, faz parte da evolução, faz parte do contemporâneo. Por isso , o minuano volta todos os invernos e toca a alma gaúcha, para virar verso, prosa, poesia e canção.

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