segunda-feira, 11 de julho de 2011

Abaixo de zero


A sequência do frio que tem feito no Rio Grande do Sul é a maior da última década. Coisas que os gaúchos já haviam percebido no dia-a-dia, ao despertar todas as manhãs e sair de casa. Neste período de temperaturas negativas, quem pode, assiste da janela, no quentinho da lareira, fogão a lenha ou de um cobertor enrolado no corpo, o branco da geada que cobre os campos, árvores, pátios.

O inverno é a inspiração do conforto. É a procura do calor. A estação da calmaria, quando as pessoas se recolhem para seus aconchegos. Assim como pássaros encolhidos dentro de seus ninhos fofos e quentes. É dormir embaixo de uma pilha de cobertas pesadas, aquelas que incentivam um bom sono. Até dá vontade de deitar mais cedo.

O frio é a xícara de café quente e esfumaçada na mão, em pé na janela, ao amanhecer. A feijoada, carreteiro, a sopa e a massa, em um jantar demorado. O vento no rosto, enquanto os pés quebram o gelo formado da geada. Temperaturas abaixo de zero que fazem os gaúchos vestirem uma pilha de roupas. É a estação mais eclética, das passarelas urbanas e seus modelos a desfilarem casacões, toucas e mantas.

Inverno é o estalo da madeira queimando, enquanto o fogo se alimenta da lenha do fogão. É o calor e a reunião da família em volta da lareira. O livro aberto. São os meses do pinhão cozido ou assado. Dias para estar com os amigos. É quando os solteiros se cansam da solidão e se rendem à companhia. Nela encontram o calor de alguém disposto a dividir abraços, filmes e pipoca. E, claro, o calor para aquecer a alma, o amor.

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