segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A revolução das ruas

Enquanto as previsões prometiam um sábado com chuva o sol castigava cerca de 20 operários destinados a transformar a Expedicionário Almeida. Se fosse só os quase 40ºC do sol ficava fresco. Vestidos com macacão grosso e botas os homens espalharam duas camadas de asfalto. O suor escorria sobre a pele sob o peso das roupas no calor de 140ºC do novo chão.

Como um mar à beira da praia o calor cimentado atraiu pessoas. A bandeira vermelha não permitiu avançar no líquido escaldante do cimento. O equipamento moderno e novo fez o serviço. A comunidade abriu cadeiras para assistir. Alguns até desfilaram nas calçadas da via. Políticos comentavam a mudança e, discretamente, até pediram votos. A máquina passa e espirra asfalto para todo lado. Salve-se quem puder!

Os carros, agora deslizam sobre o asfalto como um par de patins sobre o gelo. Os buracos naquele trecho farão parte da história. Do passado. Os comerciantes brindam o novo acesso fácil e saboroso de trafegar. O trânsito vai fluir melhor. A modernidade se aproxima de São Pedro.

A euforia do comércio e também de alguns moradores esbarra nos desafios da canalização pluvial e cloacal. O brilho das obras não pode cegar para as consequências da instalação do asfalto. As águas das chuvas também irão deslizar com mais velocidade e mais concentradas.

A XV de Novembro também deixará seus buracos no passado. Isto deve ocorrer somente no próximo ano, já que, os são-pedrenses ainda farão suas compras de fim de ano. Aí, então, a comunidade poderá sentar outra vez para ver seu dinheiro sendo investido. Sim, um valor que trará retorno para toda cidade. A população se alegra ao ver o governo cumprindo seu papel. Claro que, se a conta não vier no IPTU, em 2010.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Papai Noel usa vestido xadrez

O “Sara” jogava futebol. Na rua em frente a sua casa ele e os amigos montavam duas goleiras com oito pedras, duas em cada trave. O chão de terra batida parecia o gramado do Maracanã na imaginação dos meninos. Tênis para jogar era um luxo. Ah! Sara é o apelido do João Pedro Tavares, de 7 anos. “Sara” vem de “sara-cura”. Os colegas apelidaram na escola depois de ver o garoto sem camisa numa “pelada”.

A família de João era humilde e os pais suavam para dar aos três filhos (dois homens e uma mulher) alimento e estudo com um salário. A mãe era dona de casa e o pai pedreiro. Os irmãos de Sara: dois adolescentes, um de 14 e outra de 17 anos. A mais velha trouxe à família mais uma boca para alimentar. Ela engravidou de um jovem que lembra o nome, mas não sabe onde mora. O rapaz, o do meio, largou o estudo ainda na sétima série e foi ajudar o pai nas obras da cidade.

João Pedro ao contrário dos amigos, não sonhava em ser jogador de futebol. Era um goleador nas peladas do fim de tarde, mas, o pai lhe dissera da dificuldade para se tornar um jogador. O pai falou que o estudo estava em primeiro lugar. Então, o garoto se empenhou nos estudos. Ele tinha um lápis, uma borracha e um caderno. Portanto, pediu à mãe uma mochila, cadernos para dividir as matérias da escola e um estojo com caneta, lápis e borracha.

Os pais conversaram entre si e decidiram não dar os materiais. O valor sairia alto. A decisão partiu ao meio o coração da mãe. Na contramão do final de dezembro eles não teriam um bom décimo terceiro salário. A comida estava em primeiro lugar. Aliás, eram seis bocas para comer. E assim foi.

João Pedro sabia que o lápis quebraria e, assim como a borracha, terminaria. Então, ele resolveu escrever ao Papai Noel. Na carta explicou a situação da família: a mãe estava desempregada, cuidava dos filhos e do neto recém nascido e o pai sustentava a casa, com a ajuda do filho do meio. Na carta, João Pedro contou que jogava futebol e fazia muitos gols, mas que o seu sonho era estudar. “Preciso de material escolar. Uma mochila, um caderno, uma caneta, um lápis e uma borracha. Pense com carinho Papai Noel! Um beijo, João Pedro”, assinou e entregou para a mãe.
A mãe derramou algumas lágrimas. “O que eu vou fazer com esta carta?”, pensou. Minutos depois veio um estalo. Levou até uma agência dos Correios.

No dia 24, véspera do Natal, uma senhora, de aproximadamente uns 80 anos bateu a porta da família Tavares. Ela perguntou por João Pedro. Ele apareceu descalço, de bermuda em sem camisa mostrando as costelas. O menino estranhou aquela vó de óculos e usando um vestido xadrez. Só via figuras assim em desenhos animados. “Você que pediu material escolar ao Papai Noel?”, perguntou a Senhora. João acenou positivo com a cabeça, sem falar nada. “Então está aqui o que você pediu ao Papai Noel”. A velinha puxou uma mochila com cadernos, livros, estojo, canetas, lápis, calculadora, borracha.

Esta história é fictícia, porém, retrata muitas realidades. Você pode ser um Papai Noel para muitas crianças. Adote uma cartinha nos Correios e faça mais uma estrela brilhar neste Natal!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Pra onde foram?

Na madrugada do sábado passado (05), por volta da 1h30min, um gol, placas IPJ–7745, de Toropi saiu da pista, VRS 805, estrada que liga São Pedro do Sul a Toropi. O condutor, de 47 anos, seguia no sentido Toropi - São Pedro e não venceu a curva no KM 3 e tombou o veículo. Junto do condutor havia uma mulher, de 22, que sofreu ferimentos leves e foi encaminhada ao Hospital Municipal de São Pedro do Sul. Chovia forte naquela madrugada. Estes dados são da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). O fato ganhou uma nota no jornal Diário de Santa Maria, edição de segunda-feira, dia 07.

Até aí tudo bem. Até por aí! O carro que tombou pertence à prefeitura de Toropi. A ocorrência lavrada pela PRE dá conta de que havia um casal no carro. Consultei o prefeito de Toropi, Adair Braz. Ele conta que era um transporte de emergência para o Pronto Atendimento (PA) de São Pedro. Segundo o prefeito, havia uma criança, a mãe e a avó, além do motorista. Neste caso, fica esclarecido o deslocamento de um veículo público naquele horário. O ideal para isso seria uma ambulância. Mas, urgência é urgência.

O que não está bem claro é: para onde foram a criança e a avó quando a PRE chegou no local do acidente? Eu suponho que deram um jeito de seguir o trajeto até o PA.

Conserto e confusão no trânsito

Já passava da hora de os buracos da Avenida Walter Jobim ser tapados. Por sorte o tempo colaborou com os operários da empresa terceirizada pela prefeitura. Digo sorte, porque os buracos foram abertos (ou transformados em crateras) já na sexta-feira (04). Foram três dias nestas condições. Já imaginou se chove? Quantas armadilhas.

Além dos “panelões”, não havia sequer uma sinalização de alteração no trânsito, um agente ou fiscal para auxiliar os condutores e pedestres e, nem mesmo, uma placa para informar a buraqueira. Quem passou pela Avenida viu buracos do tamanho de um carro.

Apesar disto, não houve acidentes e nem feridos. Espera-se que os buracos permaneçam fechados por um bom tempo. E se for necessária manutenção das pistas, que pelo menos seja sinalizada. Estamos próximos das festas de final de ano e do verão quando chegam pessoas para desfrutar as férias na cidade e balneários, com familiares e amigos. E por isso, não queremos impressionar pela desorganização, não é?

Nota: Somente a secundária Conserto e confusão no trânsito foi publicada no jornal Gazeta Regional, do dia 12 de dezembro de 2009.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Tapa-buracos pega são-pedrenses de surpresa

Até que enfim a Avenida Walter Jobim recebeu conserto. As pistas da entrada da cidade estavam quase intrafegáveis. Apesar dos buracos estarem tapados, a forma como se deu a manutenção deixou a Avenida em situação deplorável.
Fotos: Bernardo Bortolotto

O trânsito sofreu alterações e não foi sinalizado

Uma empresa terceirizada pela prefeitura distribuiu as maiores camadas de asfalto na Avenida Walter Jobim, no sábado (05) e domingo (07). A prefeitura cortou o asfalto das vias em torno dos buracos já na sexta-feira (04). O que eram buracos viraram crateras. Alguns chegavam a ter o tamanho de um carro. O trânsito sofreu alterações e não havia sequer uma placa de sinalização. Nenhum cavalete.


Motoristas eram pegos de surpresa depois da “ponte seca”

Por sorte o tempo colaborou, porque se chove o tapa-buraco seria interrompido e a água esconderia os “panelões”.

Operários aproveitaram o tempo bom
Agora, vamos torcer para que dure...
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