sábado, 23 de outubro de 2010

A honestidade de um palhaço

Tenho visto nas ruas um povo desacreditado, pessoas indignadas com os resultados nas eleições 2010, para citar o caso Tiririca. Vejo eleitores insatisfeitos com os selecionados a disputar o cargo de presidente, governador e deputados. Aliás, a impressão que fica é que nós brasileiros vamos eleger o “menos pior” e não “o melhor” para administrar o Brasil.

Os debates desse segundo turno, pelo menos até agora, não passaram de discussões mesquinhas. Os candidatos entram num círculo de acusações, um chamando o outro de mentiroso. Eles se esquecem dos eleitores. Não saem propostas concretas. O último debate parecia que a disputa era pelo governo de São Paulo.

Alguns chamam estas brigas de democracia. O que tem de útil ficar repetindo na televisão uma agressão a um candidato? Vamos incentivar? Quantos minutos sem propostas construtivas para provar que um é pior e mais mau caráter que o outro? O Brasil transborda corrupção, a mídia escancara roubos, o judiciário está entupido de processos de cassação e muitos outros.

Foi com um “sim nós podemos” que Barack Obama se elegeu o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Foi a promessa de mudança, explícita no discurso, nos gestos, na cor e na campanha feita na internet do republicano. Americanos que não são obrigados a votar superaram as marcas e foram às urnas. Mudança, a palavra de ordem.

No Brasil, passam quatro, oito, 12 anos e os candidatos, discursos, brigas mesquinhas são os mesmos. Há quanto não sentimos o gosto do novo, da mudança? Por que nós eleitores caímos nessa roda da descrença? A única mudança destas eleições foi a vitória legítima do Tiririca. Seria uma indicação de que somos palhaços e um profissional vai nos representar? Ou é um reforço daquela frase ouvida nas desgraças políticas, “vamos rir para não chorar”? De qualquer forma, o Tiririca fez a campanha mais honesta dessas eleições, talvez isso, justifique o mais de um milhão de votos que recebeu.

Um comentário:

  1. Looonge de qualquer tipo de briga ser considerada democracia, né?
    Sabe o que eu acho, eles pensam que toda a população é ignorante. Vira uma briguinha de pré-adolescentes, pra ver quem tem mais "podres". É ridículo. Me cansa. E me desacredita...

    Bem bom o texto! Bjo.

    ResponderExcluir