terça-feira, 31 de agosto de 2010

Do Morro das Antenas

Foto: Bernardo Bortolotto
Longe de tudo e no meio do nada. Perto do céu. Um grupo caminha até o limite do Morro das Antenas. Todos contemplam a beleza


Uma cidade em miniatura. Ruas vazias, prédios solitários. Silêncio, alguns insetos apenas. De longe, bem de longe, se ouve um “tica-tac” de trem. Perde-se nas alturas. Um sinal de civilização que dura, apenas, três minutos.

Longe de tudo e no meio do nada. Perto do céu. Os urubus voam próximos e os insetos se aproveitam dos visitantes. Um grupo de pessoas chega e caminha até o limite do Morro das Antenas. Todos contemplam a beleza. Bela mãe natureza. Grandes prédios reduzidos pela vista longínqua. Maquete de Santa Maria.

Tudo parece parado. Lá de cima, só é possível imaginar o que se faz lá embaixo. Ritmo frenético no trânsito. Pessoas correndo? Alguns fazem compras. Outros são assaltados. Lá de cima, não se vê o corre-corre humano, apenas percebe-se o movimento da terra, pela luz do sol que já se despede.




Nota:
Essa foi minha primeira visita ao Morro das Antenas. E não poderia deixar de registrar a sensação de estar lá. Estava a trabalho com o cinegrafista da RBS TV Santa Maria, Claudio Vaz e o cantor nativista João Chagas Leite. Será uma homenagem aos gaúchos, à Semana Farroupilha.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pelo simples fato de cantar

Por Bernardo Bortolotto

Não sou músico. Muito menos canto bem. Sou desafinado e não sei entrar no tom das cordas de um violão. Mesmo assim, canto no trabalho, na faculdade, em casa, em qualquer lugar. São pequenos refrãos de um sertanejo, de um rock, pagode e até forró. Se o ritmo é vibrante, bom e animador, eu solto a voz. Quem estiver ao meu lado pode cantar junto. Alguns, até acompanham. Outros dão uma risadinha. Também tem aqueles que pedem silêncio. Mas, em questão de minutos, eu repito o refrão mais uma vez. É automático. É um esforço tremendo ter que parar de cantar quando a música está entranhada na cabeça.

Nessa semana, entre um refrão e outro, uma assobiada aqui, outra ali, lembrei de um célebre cantor de São Pedro do Sul. Já é falecido. Ele cantava sem medo, sem errar. Compunha a letra das músicas na hora e nem se importava com a avaliação do público. Era aplaudido. Você também vai lembrar. Refiro-me a Antão Padilha, o cantor das ruas.

Cantava com a liberdade de criar suas canções. De dar asas ao pensamento em refrãos solicitados por um público pequeno, geralmente composto por crianças e adolescentes. O palco podia ser uma calçada. Nela sentado, até mesmo deitado, sem camisa com chinelo nos pés, a cantoria explodia, ganhava mundo. Não ganhava um tostão. Ouvisse quem quisesse ouvir (e sempre tinha alguém atento).

A única importância de sua vida era a música. Criava na mente e colocava para fora num sopro das cordas vocais. Eu nunca soube se outra coisa lhe importava. As histórias de sua vida eram variadas, com poucas comprovações. Um legítimo fala daqui, fala de lá. Ah, e ele era falado. Talvez, alguns nem o conheçam por Antão Padilha. Ouvi pessoas dizerem “olha lá, o louco das músicas. Vamos pedir uma sobre o que hoje?”. Muito pedi música.

Essa lembrança chegou até Padilha. Saí da redação para buscar um café. Cantava um refrão pelos corredores, em voz quase baixa. Seria eu, um “louco das músicas”? Jamais. Esse patamar é para poucos. Não crio minhas canções, não as penso. Reproduzo aquilo que toca no rádio ou sai em um comercial de televisão.

Talvez, eu tenha algo em comum com Padilha e demais seres cantantes. Cantar nos faz muito bem. É o alívio, a fuga do estresse, a comemoração, a ligação harmônica entre os seres, é uma linguagem. Cantarolar é um gesto simples de alegria, um sopro de felicidade que se espalha pelo ar.

Cpers realiza debate com candidatos sem convidar Yeda

Do Jornal do Comércio

O Cpers/Sindicato realiza nesta sexta-feira (27), às 9h30, um debate com seis candidatos ao governo do Estado. O encontro será no salão de eventos do hotel Plaza São Rafael, no centro de Porto Alegre (Av. Alberto Bins, 509) e terá a participação de mil educadores.

Confirmaram presença os candidatos Pedro Ruas (P-Sol), Tarso Genro (PT), José Fogaça (PMDB), Júlio Flores (PSTU), Aroldo Medina (PRP), Montserrat Martins (PV). A ausência da candidata a reeleição pelo PSDB, Yeda Crusius, é justificada pela direção da entidade, que garante não ter convidado a governadora para o evento. "Durante quase quatro anos de governo, Yeda nunca quis sentar e discutir a educação pública com o Cpers. Portanto, não será agora, a convite do sindicato, que ocuparemos uma mesma mesa", afirmou Rejane de Oliveira, presidente do Cpers.

Em texto publicado na tarde desta quinta-feira (26) no site do Sindicato (www.cpers.org.br), a organização considera Yeda como "Inimiga da educação pública, dos educadores e dos movimentos sociais". Além disso a publicação afirma que "Na educação, ela (Yeda) passou sua gestão atacando a organização dos trabalhadores e os direitos conquistados pela categoria e tem reafirmado que, em caso de reeleição, manterá entre suas propostas a implementação da meritocracia e a realização de mudanças nas carreiras dos educadores".

A coligação Confirma Rio Grande, da candidata Yeda Crusius, divulgou nota lamentando o que considerou uma "atitude intransigente e preconceituosa do Sindicato". Além disso, o texto reitera a defesa dos projetos de reajuste enviados à Assembleia e justifica que antes de ingressar na vida pública Yeda foi professora e diretora da Faculdade de Economia da Ufrgs.

A nota ainda afirma que o veto à participação de Yeda Crusius no debate foi definido por menos de 1% dos 80 mil professores ativos e inativos. De acordo com a coligação, a decisão é "anti-democrática e tenta desestabilizar o processo eleitoral em curso e afronta a tradição de alto nível dos educadores gaúchos " e o fato "denuncia o caráter autoritário na falta de representatividade".

Brasil aplicará R$ 4 bilhões para garantir seguro rural

Da Agência Estado
Foto: Ernesto Benavides/ AFP/ JC
O Diário Oficial da União publica nesta sexta-feira (27) a Lei Complementar que autoriza a participação da União no fundo conhecido como Fundo de Catástrofe. A criação do fundo atende à reivindicação dos setores agropecuário e securitário para proteger as operações de seguro rural, caso as lavouras sejam afetadas por catástrofes climáticas como secas, geadas, enchentes, pragas e doenças.

O governo vai aplicar R$ 4 bilhões por meio de títulos públicos. A metade desse valor será liberada logo após a criação do fundo e a outra metade, em três anos. De acordo com o Ministério da Agricultura, apenas 10% da área plantada têm cobertura do seguro rural, e o fundo poderá estender essa cobertura para 56% da área cultivada.

domingo, 22 de agosto de 2010

Largada São Pedro em Trilha

O São Pedro em Trilha desse domingo teve a largada na Praça Crescêncio Pereira. Em torno de 400 trilheiros percorreram cerca de 70 quilômetros mato a fora.

Nas fotografia, procurei capturar o movimento das motos. Na hora dos saltos, dos ajustes finais antes de partir. E antes de torcer o acelerador, aqueles detalhes que geram o clima de um evento como este.

Não pude acompanhar durante as trilhas, somente a largada. Selecionei aqui, 12 fotos (de mais de 100) para mostrar um pouco desse evento. Você pode ver mais fotografias da trilha em www.flickr.com/bernardobortolotto

As fotos pousadas não foram publicadas. Para pegá-las, é só entrar em contato pelo e-mail colunabbb@gmail.com

Fotos: Bernardo Bortolotto



















 





Veja mais fotos da largada do São Pedro em Trilha em www.flickr.com/bernardobortolotto

sábado, 21 de agosto de 2010

O fim do pito

O cigarro já foi um símbolo de poder, nas décadas de 70 e 80. A indústria incentivava o consumo por meio de comerciais que mostravam um fumante levando vantagem em tudo. Hoje, todos sabem dos malefícios do fumo e o ato de fumar, há muito, deixou de ser “bonito” e o “status” é negativo.

Um dos maiores causadores de morte por câncer de pulmão, o cigarro ainda provoca inúmeras outras doenças graves, como câncer bucal, nas cordas vocais, impotência sexual. Tudo aquilo já visto nos comerciais de televisão. O tempo passa e a cultura também. Há 30 anos não se imaginava um maço de cigarros estampado com os males que provoca.

Os efeitos dessa campanha são positivos. Um estudo realizado em 20 países apresenta uma redução drástica no número de fumantes, no Brasil. A pesquisa mostra que em 1989 o país contava com 33% da população fumante. Hoje, esse índice baixou para 17%. Os brasileiros são os que mais se arrependem de terem começado a fumar. O esrudo foi publicado em março deste ano e foi pauta de uma reportagem do telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo.

O governo gaúcho sancionou a lei anti-fumo em novembro do ano passado. De acordo com o decreto, é proibido fumar em ambientes coletivos fechados (bares, restaurantes, ambiente de trabalho). Esta permitido a criação de “fumódromos” fechados, desde que haja "soluções técnicas que garantam plenamente a exaustão do ar desta área para o ambiente externo". Há quase um ano, a lei gaúcha ainda é fraca, sem regras e sem fiscalização.

Contudo, os municípios têm o direito de criarem suas leis e regras anti-tabaco. É uma discussão que merece a atenção das autoridades são-pedrenses. A proibição do fumo em ambientes coletivos fechados trará benefícios às pessoas e, também, ao poder público que economizará milhares com remédios e atendimentos em postos de saúde.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Facilitador de tarefas

Achei essa ilustração muito boa. O celular rompe as barreiras físicas e não mede distâncias. Tudo está ao alcance das mãos.

A figura compõe uma reportagem sobre o futuro desse aparelho indispensável para o ser humano. Suas utilidades serão multiplicadas. A reportagem está no blog Link do Estadão.com.br. O texto é de Fernando Martines.

"Preço, design, potência do hardware, número de megapixels da câmera. São muitos os fatores que influenciam a compra de um celular. Mas é questão de tempo para que isso se torne um detalhe – e mais importante será saber quais aplicativos são compatíveis com o aparelho a ser adquirido."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O vai e vem do tempo

Foto: Franklin de Freitas

Chove na segunda-feira, faz sol na terça. Venta forte na quarta, esfria na quinta. Esquenta na sexta e cai um temporal no fim de semana. Essa é a gangorra (ou montanha-russa) do tempo. Nós, seres vivos, temos que nos adaptar a esse embalo, ao vai e vem do tempo.

O friozinho é bom. O “friozão”, só para dormir. “Todo mundo odeia frio e chuva”, disse uma amiga. Nessas condições, poucas pessoas se arriscam a sair de casa. É compreensível. É um tédio. Mas, como “a coisa ainda pode piorar”, além de frio e chuva, tem o vento. Ele é agressivo. O vendaval destrói. Castiga lavouras, plantações, casas, famílias.

O tempo é o assunto mais comentado pelas pessoas nas ruas, nos últimos anos. “Esse tempo tá louco!”, “Assim, ninguém agüenta, quem não pega uma gripe?” e por aí se vão os comentários. E, pesquisas e estudos comprovam que o clima do planeta mudou e continuará a mudar. Graças a quem? A nós! E nós, teremos que reverter a situação. Como?

Não tem como. Não acredito que as pessoas deixarão de consumir em excesso, de utilizar seus veículos e preservar a natureza. O meio ambiente não voltará a ser o que era. Os animais continuarão morrendo e as águas e o ar cada vez mais poluídos. Devemos nos adaptar ao clima atual e aos próximos que surgirão. E, lutar ao máximo pelo ecossistema, pela natureza e pela educação para frear a destruição do planeta. Assim é o tempo, assim é a reação da natureza. Faz frio e chove. Venta forte e o mundo desaba. E, noutro dia, o sol brilha.

sábado, 7 de agosto de 2010

Pare, olhe, escute

Ao falar em trânsito, sempre se lembra dos motoristas imprudentes que se espatifam nas rodovias do Brasil. Uma onda de mortes desenfreada. A prudência deveria nortear a união homem-veículo. A cautela é fundamental tanto para motoristas quanto aos pedestres. O dia 8 de agosto é destinado ao pedestre e à reflexão.

O pedestre só não tem preferência em quatro circunstâncias: em semáforos, em travessias de trem, quando ambulâncias estão em emergência e em escoltas policiais. Nas outras situações o pedestre é prioritário e deve ser respeitado.

De qualquer forma, quem está a pé é mais vulnerável em acidentes. O pedestre deve refletir e saber cumprir as leis de trânsito. Reclama-se dos carros que não param antes das faixas de segurança para as pessoas atravessarem as ruas. Contudo, é mais fácil encontrar pedestres atravessarem as vias longe das faixas. Alguns se arriscam e saem por trás de veículos grandes. Outros, apressados, correm rua à fora com fluxo intenso, assumindo o risco de tropeçar e cair em frente aos veículos.

O dia 8 de agosto serve para refletir os deveres e direitos dos pedestres para com os motoristas e vice-versa. O trânsito é muito mais do que carros, motos e caminhões circulando pelas ruas. Hoje, ele é uma questão de sobrevivência, de vida e morte. Um grito por consciência.


Na RBS TV foi ao ar uma reportagem sobre o comportamento dos pedestres no trânsito. Você pode assistir a reportagem no blog da RBS TV Santa Maria. Está no Jornal do Almoço do dia 06 de agosto. A reportagem é de Vanessa Felippe

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Os nossos atletas"

Os "atletas" de toda terça-feira, do Grupo RBS. Está no blog Bastidores do Diário. Veja um vídeo da "correria" dentro de uma quadra de futebol.

Clique em Os nossos atletas para ver o post!

As imagens são do fotógrafo do Diário de Santa Maria, Jean Pimentel e a edição de Paulo Chagas.

Meia-luz


Meia-luz
Upload feito originalmente por Bernardo Bortolotto
Com essa luz poderia escutar um blues e beber um uísque durante a noite toda.

Melhor que isso, é dividi-lá com alguém. É me embriagar de você! Meia-luz...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Peixe fora d'água


Peixe fora d'água
Upload feito originalmente por Bernardo Bortolotto
Os cipós de uma árvore formam um desenho muito parecido a um peixe. Tentei passar esta ideia de moldura em forma de peixe como se fosse um retrato. Faltaram pessoas no meio do lago. Lá no meio é muito fundo e ninguém quis se arriscar a nadar.

domingo, 1 de agosto de 2010

Meses para enjoar e decidir

O país entra no período de campanhas eleitorais e também no mês do cachorro louco. Esse mês é estranho e complicado para muita gente. Talvez seja a alternância de temperatura e das intempéries do tempo. Pode ser só o psicológico ou superstição. Agosto vem aí, todavia o que preocupa mais são setembro e outubro.

Além de agosto já ser famoso pelos acontecimentos estranhos, os dias podem ser mais longos ou monótonos. É porque no dia 17 iniciam as propagandas políticas obrigatórias na televisão. No início, todo mundo assiste para conhecer os candidatos, depois de uma semana ou duas, só os poucos interessados dão ibope à política. Claro, tem aqueles extremamente envolvidos na campanha que deverão acompanhar toda propaganda eleitoral.

Quem lê jornais, revistas, ouve rádio e assiste televisão e já deve ter visto inúmeras reportagens falando sobre a eficiência da propaganda eleitoral na TV, no Brasil, sabe que poucas pessoas ficam na frente do aparelho para ver os candidatos. Principalmente nos meses de setembro e outubro que todos estão fartos (salve aqueles envolvidos nas campanhas).

Apesar da “chatice”, esse é um período de extrema importância para ajudar na escolha de cada um. Acredito que a população brasileira está cansada da corrupção que infesta o país. Por isso, não podemos nos omitir ou, até mesmo, praticar pequenos atos corruptos, como a venda do voto e a própria fuga do compromisso da seleção consciente dos candidatos.

Aliás, nesse Brasil “democrático” somos obrigados a votar e a ter em nossa programação televisiva todos os candidatos aos berros e trocando ofensas. É revoltante, mas já que é obrigatório, por que não fazer bem feito?