sábado, 30 de outubro de 2010

Mensagem de Luz


            Sinos dourados brindam a chegada de uma nova estrela ao povoado estelar. O brilho radiante ofusca olhares atentos e curiosos. Os sorrisos de boas vindas aumentam à proporção que a luz do orifício diminui com a silhueta do novo ser aproximando-se. O som das badaladas é mais rápido. Os violinos angelicais embarcam no compasso dos sinos. Harpas e clarinetas juntam-se à melodia.

            Aos poucos o desenho do novo ser vai se formando e já é possível reconhecê-lo. Estranhamente ele olha para os lados, vê um céu de azul intenso e poucas nuvens. Logo ao lado enxerga flores brancas, amarelas e vermelhas se destacarem sobre a imensidão verde de um campo plano com cabanas simples de madeira. As pessoas seguem a sorrir e a aplaudir.

As crianças são as primeiras a lhe saudar com pétalas de flores. Logo, os adultos o abraçam e dão as boas vindas. O ambiente é de paz e calmaria. A luz, agora com pouca intensidade, está em todas as pessoas e a música segue a anunciar sua chegada. Crianças e mais crianças correm em sua volta.

A nova estrela sente seu corpo leve, suas roupas são simples panos brancos pendurados em seus ombros. O volume da canção lírica ficava distante. Ele percebeu um movimento suave passar pelos ares. O que era aquilo, um bebê de asas? Um anjo desceu para perto com um violino. A emoção contagiou sua alma a ponto dos olhos lacrimejarem. Ele sentia alguém lhe falando. O inconsciente entendia as palavras de luz.

Uma estranha energia invadia seu peito. Eram agradecimentos, lembranças de momentos de felicidade, mensagens de carinho. Assim, o ser chegava ao céu. Com o coração sentia seus familiares e amigos orarem em seu nome. Lá de cima, ele emanou fluídos de ternura, gratidão e amor a todos os bons pensamentos presentes na terra. Juntou-se aos demais e passou a sorrir, aplaudir, colher flores, apreciar a melodia dos anjos e a recepcionar as novas estrelas lançadas ao céu.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A viagem

Por Paulinho Sangoi 
Bem depois de todos terem comentado a viagem, só me resta dizer algumas palavras. Me lembro daquela noite em sala de aula de Projeto Experimental em TV, quando foram decididos os roteiros. O grupo havia optado por viajar para Livramento. Tudo bem, mas depois foi trocado por São Miguel das Missões, acertou com a viagem, hospedagem e tudo mais.

Data programada, tudo certo! Saída sexta feira, às 18 horas, do dia 08 de outubro 2010. Dito e feito! Destino? Quê destino? Éramos os MOCHILA NAS COSTAS rumo à tão esperada Missões. Sim, tínhamos que dormir, mas a eficiência da Thaís nos proporcionou um belo pouso e sem falar da janta.

Horas nem pensar. Já passava da meia noite, veio a reunião para o próximo dia, depois o despertar às 06 horas, café e viagem rumo a Santo Ângelo. UFA! Dia cansativo para todos, pagamos a estrada de novo rumo a São Miguel das Missões, chegando todos com cara de cansados e aquele hotel pedindo um descanso, mas tínhamos traçado um roteiro e deveríamos cumprir.

Matéria no hotel pronta e rumo ao parque onde estão as Ruínas. Nosso tempo era curto. Confesso não tinha estado naquele lugar antes. É lindo. Procurei fazer as imagens melhores possíveis. E ele, o iluminado sol proporcionou cenários inesquecíveis.

Enfim, missão do dia cumprida veio a noite e mais trabalho. Retornamos já era 22h30min. Todo mundo tem o direito de descansar, tomar banho, jantar no hotel com direito a sobremesa... Conversa vai conversa vem e programamos o roteiro do dia seguinte: despertar 6h e tomar cenas do hotel. Claro que café às 7h. O domingo foi legal, concluímos as gravações às 17h. Era hora de voltar.

Que viagem! Das muitas que já realizei através da minha profissão, esta marcou muito! Obrigado a vocês,  BERNARDO , CAROLINE , THAIS , LUIZA , TIANE... VALEUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU

sábado, 23 de outubro de 2010

A honestidade de um palhaço

Tenho visto nas ruas um povo desacreditado, pessoas indignadas com os resultados nas eleições 2010, para citar o caso Tiririca. Vejo eleitores insatisfeitos com os selecionados a disputar o cargo de presidente, governador e deputados. Aliás, a impressão que fica é que nós brasileiros vamos eleger o “menos pior” e não “o melhor” para administrar o Brasil.

Os debates desse segundo turno, pelo menos até agora, não passaram de discussões mesquinhas. Os candidatos entram num círculo de acusações, um chamando o outro de mentiroso. Eles se esquecem dos eleitores. Não saem propostas concretas. O último debate parecia que a disputa era pelo governo de São Paulo.

Alguns chamam estas brigas de democracia. O que tem de útil ficar repetindo na televisão uma agressão a um candidato? Vamos incentivar? Quantos minutos sem propostas construtivas para provar que um é pior e mais mau caráter que o outro? O Brasil transborda corrupção, a mídia escancara roubos, o judiciário está entupido de processos de cassação e muitos outros.

Foi com um “sim nós podemos” que Barack Obama se elegeu o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Foi a promessa de mudança, explícita no discurso, nos gestos, na cor e na campanha feita na internet do republicano. Americanos que não são obrigados a votar superaram as marcas e foram às urnas. Mudança, a palavra de ordem.

No Brasil, passam quatro, oito, 12 anos e os candidatos, discursos, brigas mesquinhas são os mesmos. Há quanto não sentimos o gosto do novo, da mudança? Por que nós eleitores caímos nessa roda da descrença? A única mudança destas eleições foi a vitória legítima do Tiririca. Seria uma indicação de que somos palhaços e um profissional vai nos representar? Ou é um reforço daquela frase ouvida nas desgraças políticas, “vamos rir para não chorar”? De qualquer forma, o Tiririca fez a campanha mais honesta dessas eleições, talvez isso, justifique o mais de um milhão de votos que recebeu.

domingo, 17 de outubro de 2010

O roteiro não é tudo

Por Caroline Cechin
Quatro mentes meio malucas. Muitas ideias e uma forte amizade. As aventuras durante a viagem dispensa apresentações, a Luisa e a Thaís já se encarregaram disso. Tínhamos alguns contatos, muitas ideias, e sempre o atrevimento de viajar sem um roteiro muito certo. Alguns acreditam que isso é loucura, sair de Santa Maria percorrer tantos quilômetros sem ter tudo programado. Mas acredito que essa é nossa característica mais forte, sair para experimentar. Poderíamos nos dar mal, porém, a sorte até agora sempre esteve em nosso lado. Acho que Deus, ou seja lá o que nos acompanha, gosta das nossas aventuras.

O trabalho ocorreu tudo bem. Cansativo é claro, o dia inteiro de gravações, muitas caminhadas. Mas com certeza o aprendizado tanto na nossa área, o jornalismo, quanto no conteúdo histórico que o lugar carrega é muito gratificante. A parceria entre o grupo facilita muito as decisões. Como disse a Thaís em seu depoimento, sempre houveram discussões para o lado bom, ouvindo a opinião de todos e chegando na melhor solução para o momento. Não podemos deixar de agradecer sempre a parceria do Paulinho, nosso câmera, que durante a faculdade se tornou um grande amigo, nosso conselheiro em alguns momentos.

A experiência sempre é válida, dando certo os planos, ou não. Para mim, foi ainda mais marcante, motorista de primeira viagem, nunca tinha dirigido tantos quilômetros. Com certeza nossas histórias durante esse período e durante toda a faculdade ficaram na memória de cada uma que passou pelas nossas vidas. São quatro anos de uma amizade considerada por muitos incomum, tantas mulheres juntas reunidas sem brigar hehehe, e o Bê nosso fiel escudeiro ouvindo as loucuras das “lokas”.

Sobre mais esta aventura, Mochila nas Costas versão TV, ficam as lembranças dos momentos e do empenho de todos para que o programa fique o melhor possível. Agora é aguardar a edição, tarefa que não será nada fácil, pois temos muito material para transformar apenas em 15 minutos. Despeço-me agradecendo meus queridos colegas sempre companheiros de loucuras e dizendo que estamos sempre aí né aceitando novas propostas de aventuras hehehe. E fiquem atentos em breve mais um “Mochila nas Costas” estará no ar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Folga temperada

O que fazer quando se está de folga? No meu caso, geralmente, descanso e só. Nada além de um sofá ou uma cama e um controle remoto na mão. Aliás, tem coisa melhor que ficar zapeando na TV? Massagear o cérebro com imagem, luz e blá blá blá? Comunicação com o ‘mundo exterior’ somente pela internet ou celular. Aliás, tenho escutado muito de outras pessoas: “quando consigo parar, estou tão cansado que não faço nada”. Faz sentido. E quando se chega tarde em casa, no final da noite depois de um dia exaustivo, e a geladeira está vazia? Ainda há pique para cozinhar? A solução é lanche.

            A correria é tanta que perdemos alguns prazeres da vida. Às vezes, um passeio em volta da quadra, uma corrida até o trevo, um chimarrão na praça, uma roda de amigos embaixo de uma sombra de árvore. Eu já tinha perdido a noção de quanto é bom cozinhar. Fazer a janta sem pressa, saboreando o fatiar dos temperos e a combinação que podemos fazer com eles.

            Na última segunda-feira, surgiu uma folga à noite e resolvi preparar a janta. Um prato exclusivo para mim. E quais eram os ingredientes em casa? Guisado de carne, massa caseira, ervilha e diversos outros temperos. Macarrão a Bolonhesa (nome bonito) acompanhado de um vinho tinto seco. O sangue italiano favoreceu a escolha da comida. Uma ligação para tirar uma dúvida e confirmar a mistura de água e óleo de soja para ferver a massa. Mãos à obra!


            Com colher de pau e muitos temperos a janta foi ganhando forma. Sem receita ou fórmula exata testei tempero aqui, outro lá. Sente o cheiro desse e daquele para descobrir qual vai ficar melhor. Os dois, por que não? Louro e manjericão na panela. Extrato de tomate com azeitonas e algumas colheres de ervilha.

            O macarrão ficou ótimo. Melhor que o resultado foi construí-lo. A preparação dos alimentos, a estratégia na mistura de temperos, o suspense de “como vai ficar isso?” e, o melhor de tudo, sem o compromisso de errar ou acertar para alguém. Num dia de cansaço cheguei direto para a cozinha, foi bom, foi relaxante e delicioso. Até me esqueci do controle remoto e redescobri um prazer fundamental e simples para a vida e auto-estima. Bom apetite!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

10 pela coragem!!!


Por Luísa Schneiders
Quatro aspirantes a jornalistas. Um câmera experiente. Um projeto experimental para televisão a ser feito. Destino: Rota das Missões. Assim começou a nossa viagem. Pegamos a estrada na sexta-feira à tardinha. Nas mochilas, além do básico (roupas, produtos de higiene pessoal, equipamentos, etc...), também levamos adrenalina, expectativas, muitas ideias, planos e também incertezas.
Depois de cerca de três horas de viagem, chegamos ao nosso primeiro destino: Vitória das Missões. Após fazermos o reconhecimento do local, vencemos o cansaço e encaramos uma reunião de pauta, madrugada adentro. Tudo decidido, era hora de dormir para recarregar as energias.
Após poucas horas de sono, o despertador tocou, dando o sinal que tinha acabado a moleza, e que muito trabalho nos esperava. Carro novamente carregado, era hora de partir para Santo Ângelo, mais precisamente, para a Catedral Angelopolitana. Chegando lá, nos deparamos com a incontestável beleza da Igreja. Sua imponente arquitetura exterior contrastava com os pequenos e lindos detalhes internos, rendendo-nos belíssimas imagens. Foi nesta hora que surgiu o primeiro contratempo. Não tínhamos nenhuma fonte oficial para nos ceder uma entrevista, pois o padre tinha ido viajar, e não conseguimos fazer contato com o Bispo.
Mas, de repente, como que numa prece atendida, surgiu em nosso caminho um casal muito simpático. Vagner, jornalista e escritor e sua amiga. Eles estavam lá, pois participariam da Feira do Livro que estava acontecendo na cidade, e logo que ficaram sabendo do nosso projeto, nos apresentaram ao Secretário de Educação que, imediatamente, colocou-nos em contato com uma fonte que tinha muito a nos contar.
Raquel. Este é o nome da nossa fonte oficial. Uma mulher simples, simpática e muito disposta a nos ajudar. Formada em História, com Pós em Arqueologia, ela participou das escavações da antiga Catedral e em algumas horas em que passou conosco, deu-nos um banho de cultura e informação. Após finalizarmos essa etapa do trabalho, partimos rumo a São Miguel das Missões, deixando para trás, além de toda a beleza da Catedral de Santo Ângelo, pessoas generosas, que nos ajudaram e contribuíram para o nosso programa.


Depois de rodarmos mais uns 80 km, chegamos a São Miguel das Missões. A primeira parada na cidade foi no Wilson Park Hotel, que nos deu apoio logístico sábado e domingo. Lá, fomos recebidos pela Venívian, rapidamente, chamada por nós de “Vê”. Depois de conversarmos com ela, e conhecermos todas as instalações do Hotel, era hora de partir rumo ao Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo, mais conhecido como as Ruínas de São Miguel das Missões.
Chegando lá, restava-nos apenas uma hora para gravar, pois o Parque já iria fechar. Aproveitamos este momento para filmar o pôr do sol entre as Ruínas e tirar muitas, mas muitas fotos. Registros feitos, só restava esperar anoitecer para podermos conferir o Espetáculo Som e Luz, apresentado diariamente no Sítio Arqueológico. Quando a noite chegou, fomos surpreendidos pelo frio. O público chegava para assistir a apresentação carregando cobertores e mantas, e nós, não tivemos outra solução a não ser encarar o vento gelado na raça. Depois de gravarmos uma passagem e entrevistarmos algumas pessoas, voltamos ao hotel para encerrar o segundo dia de gravações. O cansaço já tomava conta, mas ainda tínhamos muito trabalho pela frente.
E como dizem, não há nada como uma noite de sono bem dormida para recarregar as energias. A manhã de domingo nos presenteou com um lindo céu azul. O tempo bom, que nos acompanhou desde sexta-feira, continuava do nosso lado. Depois do café da manhã, era hora de arrumar as malas, carregar o carro e fechar a conta do Hotel, pois era o nosso último dia de gravação e quando tudo estivesse pronto, voltaríamos direto para Santa Maria.
De volta às Ruínas de São Miguel, pegamos no batente, pois o tempo corria e ainda havia muita coisa a ser feita. Depois de gravarmos toda a manhã, demos uma pausa para o almoço. Encontramos um pequeno restaurante e quando entramos no estabelecimento, nos deparamos com o casal simpático que conhecemos em Santo Ângelo, Vagner e sua amiga. Sentamos próximos a eles e começamos a conversar. Vagner, um jornalista com uma bagagem incrível, apimentou nosso almoço com seus “causos”, histórias e opiniões.
Mesmo com a barriga cheia, não podíamos nos dar ao luxo de descansar. Voltamos ao Sítio Arqueológico na parte da tarde para finalizarmos as gravações. À medida que terminávamos de gravar os depoimentos e fazer os últimos takes, o cansaço que tomava conta de nós, foi dando espaço à sensação de dever cumprido, de objetivo alcançado.
O relógio marcava 5 horas da tarde quando encerramos as gravações. Agora era só carregar o carro com as malas e equipamentos para pegarmos a estrada de volta até a nossa cidade. Só que, na prática, não foi tão fácil assim. Onde guardar, em um carro lotado, tanto conhecimento, histórias, pessoas, imagens e a alegria de termos conseguido realizar o nosso projeto?
 Viajamos espremidos, trazendo conosco novas e empolgantes experiências, mas tendo a absoluta certeza de que crescemos como profissionais e, principalmente, como seres humanos. E, ao final dessa viagem, só temos que agradecer pelo desafio, pela oportunidade, pela ajuda, pela boa vontade, pelo profissionalismo e pela amizade, que foram componentes fundamentais para o sucesso da nossa empreitada.



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nosso segundo destino


Por Thaís Bueno
Região da Quarta Colônia, essa foi nossa primeira experiência, mas em rádio. Agora outra viagem super interessante, no entanto, na Região das Missões. Novamente o “Mochila nas Costas” rodou alguns quilômetros, para uma nova aventura. Mas sempre focados no objetivo principal, nosso projeto experimental. Desta vez tivemos a companhia do cinegrafista Paulinho e da nossa colega Luísa. Uma pequena observação, que agora vamos ter imagens, muitas imagens!

Optamos por iniciar a viagem na sexta-feira, dia 8 de outubro. Gravamos as primeiras cenas, arrumando o porta-malas e nossas expectativas. Nosso primeiro destino foi Vitória das Missões, onde pousamos e na manhã seguinte fomos para Santo Ângelo. Onde nossa pauta era a Catedral Angelopolitana. Lá, ficamos toda a manhã, o Bernardo conversou com a Raquel. Então almoçamos e seguimos viagem, até São Miguel das Missões.

Nossa chegada era aguardada pelo pessoal do Wilson Park Hotel, principalmente por “Vê”, que estava trabalhando no sábado só por nossa causa, coitada! Mas ela é uma pessoa muito querida e atenciosa, fomos recebidos muito bem! Nosso primeiro plano era deixar as bagagens e seguirmos para as Ruínas, mas mudamos totalmente, pois queríamos “dispensar” a Vê. A Caroline a entrevistou e o Paulinho fez algumas imagens pelo local.

Tínhamos a autorização para entrarmos no Patrimônio Cultural da Humanidade (conhecido pela UNESCO, em 1983), as Ruínas de São Miguel de Arcanjo. Chegamos lá já era passado das cinco da tarde, sendo que o local fechava às 18h. Mas que nada, somos da imprensa (risos), conseguimos ficar até quase 19h. Digamos que fizemos um reconhecimento do território. O Paulinho gravou o sol se pondo entre as Ruínas, uma imagem belíssima. Muitas imagens e fotos neste dia.



Logo mais tínhamos que aguardar o início do Espetáculo de Som e Luz, que acontece diariamente, às 20h, com duração de 48min. Estava frio, as pessoas chegavam enroladas nos cobertores e nós lá, apenas com casaquinhos, nada muito quentes. Fizemos a chamada para o show todos juntos e então começou o espetáculo. Teve gente xingando o Paulinho, por estar com a luz da câmera acesa. Pois estava tudo escuro, as vozes contando a história da saga dos padres jesuítas e índios Guarani, habitantes da Região Missioneira nos séculos XVII e XVIII e algumas luzes aleatoriamente focadas em pontos das Ruínas. A história realmente é atraente, saber que antigamente as pessoas passaram por tudo aquilo. Mas sinceramente, achei que se fosse uma encenação com pessoas, o espetáculo se tornaria mais real. Porém, foi bonito.

Voltamos para o hotel, jantamos e fomos dormir, pois o dia tinha sido muito intenso e cansativo. Na manhã de domingo, acordamos e tomamos café. O Paulinho mais uma vez, foi fazer imagens externas do hotel. E então seguimos novamente para as Ruínas. Fomos almoçar quase duas horas da tarde. Ah, esqueci de contar que em Santo Ângelo, sem querer, encontramos um escritor, que já havia trabalhado como jornalista, que morava em São Paulo, o Vagner Carlos. Ele estava acompanhado de uma amiga. Nas Ruínas, encontramos a dupla novamente. E no almoço também, estavam lá sentados na mesa do lado. Uma pessoa gente fina, legal de conversar, com experiências jornalísticas interessantes.


Depois de nos alimentarmos, adivinhem?! Fomos para as Ruínas, mais uma vez e a última desta viagem. Fizemos os detalhes finais, gravamos nossos depoimentos e terminou nosso trabalho. Quer dizer, terminou lá em São Miguel, pois agora temos que assistir todas as gravações, definir as melhores imagens e editar nosso produto final. Nossa viagem de volta, foi um pouco mais calma, o cansaço estava em nossos corpos...

Esta viagem, esses dois dias e mais algumas horas de convivência, foi uma experiência única. Podemos até voltar lá, mas certamente não será igual. A equipe é muito prestativa, o companheirismo é muito bom. Nossas ideias, nossos pensamentos eram bem próximos. Creio que, nosso projeto experimental, foi bem experimental mesmo. Não sei qual será nossa nota, mas se depender de nós será dez pela coragem!!


sábado, 9 de outubro de 2010

De Mochila nas Costas e longe da cama

Hoje foi um dia puxado para a equipe do programa. O grupo visitou três cidades: Vitória das Missões, Santo Ângelo e São Miguel das Missões. Desde a partida de Santa Maria até agora (21h) já foram rodados 350 quilômetros. Nesse sábado foram 12 horas de gravações e ainda está longe de terminar.

 Fotos: Bernardo Bortolotto
Bernardo, Thaís, Carol, Luísa e Paulinho embarcam para Santo Ângelo

O roteiro do Mochila nas Costas começou na Capela de Santo Ângelo e na praça Pinheiro Machado, um pouco antes das 9h. Na cidade é possível sentir na pele a presença dos jesuítas, habitantes de 300 anos atrás, na sociedade atual. A cultura desses ancestrais é um orgulho para os moradores do município. A história entranhada na terra, debaixo das ruas, casas e pátios.

Catedra jesuíta de Santo Ângelo

Por volta das 14h a equipe seguiu para São Miguel das Missões, onde está hospedada no Wilson Park Hotel. Após descarregar as bagagens a equipe até pensou em descansar, mas não teve jeito. O trabalho continua dentro do hotel, o maior da região. Encerrada a primeira parte de trabalho no hotel, os repórteres seguiram para as Ruínas, que fica a 800 metros do hotel. O pôr do sol permitiu belas imagens no local. Mais tarde, às 20h começou o show de Som e Luzes nas Ruínas. Mais um espetáculo de imagens ao ar livre. A noite está linda, sem um vapor de nuvem no céu. A surpresa da noite foi o frio, venta muito forte nas Ruínas. Muita gente estava com cobertores.

Ruínas de São Miguel ganham luzes e som à noite. A história ganha vida e cor

Agora, um pouco antes de entrar para o banho escrevo esse post. São 21h36min. Daqui a pouco vamos começar a gravar à beira da piscina do Wilson. O cenário está pronto. Depois disso, vem a janta e por fim, a tão desejada cama.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sempre uma criança

Foto: Bernardo Bortolotto

Gritos e dores preenchem o espaço vazio de um quarto de hospital. Contrações e soluços deixam o ambiente mais apreensivo. Tensão e, de repente, um choro fino e desafinado. Lágrimas desaguam sobre o rosto de um homem. O alívio enrolado em uma coberta é levado aos braços da mãe por um senhor vestido de branco. “É um menino”, diz o médico. Olhares e sorrisos se entrelaçam diante da nova vida. Um círculo de amor e compaixão está formado.

O relógio não para. O pai acorda, está escuro. Uma luz alaranjada reflete na parede. São quatro horas da madrugada. Levanta duas horas mais tarde. O leite é de caixinha e servido em xícara. O bebê já é uma criança. Bate na porta: “Acorda guri. Vai perder a aula!”. Corre no médico. A febre é forte e o menino precisa ser internado.

Os ponteiros giram rápido. A criança vai sair à noite. “Toma cuidado”, recomenda a mãe. A porta bate. Mais tarde, a porta abre. Um casal chega pela madrugada pé por pé até o quarto. Já são três horas da tarde. Ele ainda dorme. O pai leva um copo de suco e a mãe prepara um prato de comida.

A mulher se olha no espelho, o tempo não foi de todo tão ruim. Passa um lápis no olho, faz a sombra e pega um batom. O homem coloca fogo na churrasqueira e vai temperar a carne. Logo, o filho já vai chegar para a visita de todo ano. Ele vem de longe, chega de viagem, traz consigo a namorada, quase esposa. Vai pedi-la em casamento daqui três meses.

A campainha toca. A mãe corre na porta. Sorri, abraça forte e derrama algumas lágrimas. O filho retribui da mesma forma. Dá um abraço e um aperto de mão no pai. Durante o almoço falam sobre a casa, os animais e lembram da infância. A mãe some por instantes. O filho diz como vai o trabalho. O pai se orgulha. A mãe volta com um papel luminoso na mão, afinal 12 de outubro é o Dia da Criança.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Repouso


Repouso
Upload feito originalmente por Bernardo Bortolotto

Círculo de fogo se vai
Mar lilás consome o céu
Árvores contemplam
O pássaro repousa
Dia que chega ao fim
Presente em tons pastéis
Cansado aprecia
Espera companhia
Brisa fresca lava o rosto
Bela noite se aproxima
Sozinho está
Então, que chegue logo o dia