sábado, 29 de agosto de 2009

O espetáculo da política

Assistia um pequeno debate na televisão na manhã de segunda-feira, 24, num canal da TV a cabo. Dois deputados federais respondiam aos repórteres sobre a Contribuição Social para a Saúde (CSS) ou mais conhecida como “nova CPMF”. Ouvi argumentos dos dois parlamentares e um deles suplicava com veemência pelo novo imposto. Sussurrava como se um morto de fome pedisse um pão para comer. O outro gesticulava muito e argumentava contra a CSS. Os dois ali me levaram a refletir sobre a democracia.

Para deixar claro, a CSS prevê alíquota de 0,1% sobre movimentações financeiras. Contudo, o governo acredita que “só” cinco milhões de brasileiros pagarão o imposto. Entre os isentos estão os aposentados e pensionistas e trabalhadores formais com salários até três mil reais. A CPMF tinha alíquota de 0,38% quando foi extinta, em 2007, e arrecadava aos cofres públicos R$ 48 bilhões por ano.

A discussão entre estes deputados me fez pensar nos efeitos disto diante da população. Nós vivemos de mãos e pés amarrados. Por mais que seja revoltante a instalação de mais um imposto, me diga o que dá para fazer? Quem é o teu representante lá na câmara dos deputados?

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão acenou a favor da CSS e já convenceu a bancada do PMDB a votar a favor da “nova CPMF”. Ótimo! E nós? Estamos aqui e tanto faz para eles. Porque não arrumam dinheiro com o Presidente do Senado, José Sarney?

Nossa democracia está em ruínas. Primeiro: não escolhemos em quem queremos votar. As opções do pleito são selecionadas pelos partidos. Vai continuar a mesma coisa de sempre. Segundo: nossos representantes remam como querem na maré. O que é melhor para si é o melhor para o povo. “Vota neste projeto hoje que amanhã eu voto no teu”. Ah... se fosse só desta forma. Terceiro: sair para as ruas protestar está fora de moda e se sair você pode morrer como aconteceu com um sem-terra na semana passada ou ser preso como ocorreu com duas pessoas que protestavam contra a governadora Yeda Crusius, em Porto Alegre.

Somos marionetes da política. O povo é a maquina do dinheiro. De valores altíssimos que sustentam castelos, mansões, carros importados, empregos com salários elevados (mas a metade vai para o empregador). E aquele deputado que hoje é contra a CSS, quando estiver na situação de governar estará, sem dúvida nenhuma, muito contente com o novo imposto. A política, infelizmente, é feita de politicagem.

E-mail: colunabbb@gmail.com

Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 29 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Pra onde foi meu sono?


Passava da meia–noite quando me deitei para procurar o sono perdido. Ele estava distante. Pensei que no escuro eu pudesse encontrá-lo com mais facilidade. Entrei num emaranhando de pensamentos e devaneios. O esforço parecia em vão. Para sumir deste jeito o sono trata logo de fazer aliados para despistar, ao máximo, seu paradeiro. Mas, eu não desisti e parti para esta aventura.


Já havia chovido muito e, quando repousei, a mãe natureza resolveu dar uma trégua. Bastou a chuva cessar para o sono conquistar aliados poderosos. Meus ouvidos não perdiam um barulho do outro lado da janela. Briguei com a atenção. Tentei convencê-la que os sons não passavam de um truque deste maldito que por travessura se escondia. Estava quase perto de recapturar este infeliz e os cães começaram a latir. O que é pior, todos ao mesmo tempo. Consegui identificar cinco tons variados de latidos, em distâncias diferentes. Para quem tentava dormir a sinfonia não estava agradável.


Então, o sono, distante de mim, envia a curiosidade para bem perto. Será uma cadela em dia de cio? O carteiro não entrega cartas a essa hora. Se for, por que o cachorro do vizinho, aqui no fundo, não para de acoar? Pra piorar, a ansiedade passa a ter alucinações e de medo se agarra na atenção. As duas juntas iludem o pensamento e me levam a crer ser um bandido. De repente, estala uma madeira. “Estão tentando entrar na casa!”, disse o desespero. É melhor esperar. Mais um movimento eu levanto. “Tenha calma, é só a ventania”, tranquiliza uma voz baixinha. Era o raciocínio. Tentava me ajudar.


Alguém chamava e de susto pulei na cama e arregalei os olhos. Era o despertador a tocar. Faltavam quinze minutos para as seis da manhã. Refleti por cinco minutos. Depois de todo aquele diálogo com os sentidos, não conseguia lembrar em qual momento o sono, de mansinho, me encontrou e me pôs a dormir.


E-mail: colunabbb@gmail.com

Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 22 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

O vento


Depois de três dias de chuva e tormenta, como se o céu debruçado sobre a terra não fosse parar de chorar, o vento surge carregado de lembranças e põe, novamente, o céu a sorrir. A alegria emanada das alturas expõe um cenário repleto de novas perspectivas aos habitantes da terra. O vento relembra momentos eternizados na memória que jamais serão revividos. E as lágrimas, antes derramadas, vão embora e levam consigo a tristeza e dor de quem se pôs a chorar.


O vento une o quebra-cabeça da vida. Torna presente a infância, o passeio, o encontro, a felicidade quebrada em fragmentos. O sopro, emitido dos céus, sabe-se lá quantas galáxias, quilômetros percorreu, massageia a pele, o rosto, desconserta levemente o cabelo e sem permissão remete os sentimentos de conforto e plenitude a todos que toca.


A tormenta provoca a chuva. A água insistente em cair transparece o não tão observado. Gotas espalhadas, e ao mesmo tempo unidas, dão nova vida às plantas já esquecidas e tidas por mortas. As árvores recebem o líquido precioso como um presente e, em forma de orvalho, dividem com toda a natureza. As gotas da chuva caem focadas e com o objetivo de purificar e lavar a alma terrena.


A chuva e o choro, as gotas e as lágrimas são princípios da renovação. É necessário para erguer o que há muito já tombou. Assim como as flores e as lembranças esquecidas, depois da chuva o jardim volta a florir e o vento cumpre o seu papel.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caminhão tomba na BR 287, a 20 km de São Pedro, nesta madrugada

Um caminhão tombou em um buraco na BR 287, entre São Pedro do Sul e Santa Maria, às 4h30min da madrugada desta quarta-feira, próximo a região do viaduto (a 20 quilômetros de São Pedro). Segundo o Corpo de Bombeiros de São Pedro, o único tripulante do caminhão não se feriu. O veículo será removido ainda nesta manhã.

Conforme a versão apurada pelos bombeiros, o motorista foi pressionado por um caminhão boiadeiro e precisou puxar a direção para o lado e caiu em um barranco.

A previsão para retirada do caminhão era às sete horas desta manhã. Por volta das oito horas, a Polícia Rodoviária Federal ainda não havia recebido o chamado para auxiliar a remoção do veículo. A pista pode ficar parcialmente interrompida.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Motorista bate em guarda-corpo de viaduto, na BR 287, em São Pedro

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista de um Del Rey, de cor branca (placas: ISH-8529 - Toropi) seguia no sentido Santa Maria – São Pedro do Sul quando colidiu no guarda-corpo de um viaduto, na BR 287, em São Pedro do Sul. De acordo com a PRF, o condutor fugiu do local do acidente e testemunhas teriam percebido embriaguez no acusado.

A PRF identificou o motorista (iniciais: F.M.) e comprovou sua embriaguez depois de receber informações da Brigada Militar, de São Pedro. O acidente ocorreu na tarde deste domingo, 09.
De acordo com a PRF o trânsito foi intenso nas rodovias, da região central, a partir das 16h deste domingo. O fluxo normalizou por volta das 21h. Cinco acidentes foram atendidos.

As pistas continuam molhadas nesta manhã de segunda-feira. Os patrulheiros sugerem a redução de velocidade, manter distância maior entre um veículo e outro e ligar a sinaleira ou farol baixo em pontos onde a visibilidade pode estar prejudicada.

E-mail: colunabbb@gmail.com

sábado, 8 de agosto de 2009

Um dia para eternizar

O Dia dos Pais é muito importante para mim. A é data valiosa para todos, mas, por algumas particularidades, é meu momento de matar a saudade e passar um dia inteiro com o “velho”. Nosso programa é mais simples do que você possa imaginar. Quando criança, “o pai” levava para passear, almoçar e assistir a “Temperatura Máxima”. Coisas normais de um dia-a-dia ou final de semana em família. Porém, cresci distante do meu pai e conforme os dias se aproximavam do segundo domingo de agosto o frio na barriga aumentava.

“Que horas o pai vai chegar?”, perguntava minha irmã. “Umas 9h”, eu respondia. Nós sabíamos que ele chegaria de manhã, mas não a hora exata. Pelo menos ajudava a enganar a ansiedade em casos de atraso. Quando a cadelinha latia, a gente se apressava e largava tudo. Uma breve discussão para quem iria entregar o presente e corríamos até a porta esperar.

Depois desta data, o encontro poderia levar alguns dias, semanas ou meses para se repetir. Sempre soube dos problemas e das dificuldades deste “gaudério”. Às vezes causa tristeza ou revolta e isso faz parte e é normal. O telefone ainda é o nosso principal meio de aproximação durante grande parte do ano. E não veja isso como um problema. Ao contrário, gosto muito de falar com alguém que, apesar de suas dificuldades, sabe orientar e prestar conselhos. Meu pai é assim. Nós não precisamos estar juntos para estar perto um do outro.

Com o tempo, percebi que, esteja longe ou perto, pai e filho estarão sempre juntos. Alguns separados pelas imperfeições da vida, pelo trabalho ou estudo. Por isso, o presente tem de ser dos melhores, no Dia dos Pais. Não falo de um presente material. O melhor de todos, é o sorriso de quem recebe uma lembrança, a emoção retribuída em abraços e as horas passadas juntos. As lembranças que ficarão imortalizadas. Pai e filho estão interligados pelo pensamento, espírito, pela genética, ou, simplesmente, pelo amor. Pai, eu te amo! Feliz Dia dos Pais.
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 08 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sobe para 29 o número de mortos pela Gripe A, no RS

A Secretaria Estadual de Saúde emitiu uma nota, nesta segunda-feira, dia 03, confirmando mais quatro mortes provocadas pela Gripe A, no Rio Grande do Sul (RS). Santa Maria registra o quarto óbito.

Conforme a nota:


“O primeiro óbito foi no dia 23 de julho, do sexo feminino, 43 anos, portadora de Dislipidemia ( aumento anormal da taxa de lipídios no sangue), do lar, em Passo Fundo.

A segunda morte foi em 25 de julho, do sexo masculino, 45 anos, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Obesidade, motorista de caminhão, em Novo Hamburgo.

O terceiro óbito foi em 27 de julho, do sexo masculino, 39 anos,de profissão pastor/pintor, sem co-morbidades, em Santa Maria.

O quarto óbito foi em 01 de agosto, do sexo masculino, 44 anos, torneiro mecânico, sem co-morbidades, em Passo Fundo”.

Com isto, sobe para 29 o número de vítimas fatais no Estado. No País, seis estados (RS, RJ, SP, BH, PE, SC) confirmaram mais 19 óbitos decorrentes da Nova Gripe. No Brasil, a soma chega a 95 mortes.
Fontes: Secretaria de Saúde do RS; Portal G1; Folhaonline;

Véiculo utilizado em assalto a banco, em Nova Palma, é encontrado no interior de São Pedro

Uma caminhonete F-1000 utilizada no assalto ao Banco do Brasil, de Nova Palma, região central do Rio Grande do Sul, foi abandonada, segundo a Brigada Militar, de Santa Maria (SM), em uma estrada no distrito de Canabarro, em São Pedro do Sul, a 40 quilômetros de SM. A F-1000 foi encontrada por volta das 6h desta segunda-feira.

O assalto foi realizado por uma quadrilha, com pelo menos sete integrantes, à uma hora da madrugada, desta segunda-feira, 03. Os bandidos quebraram os vidros da agência com marreta ou pé-de-cabra e levaram dois caixas eletrônicos. Um dos terminais caiu no chão durante a fuga. Segundo testemunhas, os ladrões fugiram dando tiros para cima.

Até o início da noite de segunda, a polícia não possuía suspeitos para o crime. Para o delegado de Nova Palma, Márcio Schneider, cidades pequenas são mais vulneráveis a assaltos às agências bancárias. O município possui aproximadamente seis mil habitantes.

As duas caminhonetes furtadas utilizadas pela quadrilha foram encontradas até às 7h da manhã. Uma F-1000, no interior de São Pedro do Sul e uma Silverado, em São Martinho da Serra.

Ao meio-dia mais uma agência do Banco do Brasil foi assaltada na região central. Desta vez, em Pinhal Grande, município com 4,5 mil habitantes. Quatro homens invadiram o banco, renderam um vigia e fizeram um homem de refém.

Depois de recolher o dinheiro dos caixas, a quadrilha fugiu em um Gol vermelho, em direção ao interior de Nova Palma. A Brigada Militar ainda faz buscas no local.

E-mail: colunabbb@gmail.com

sábado, 1 de agosto de 2009

A invasão do crack

A quantia apreendida de drogas, na vila Riveira, em São Pedro do Sul preocupa, não somente as autoridades policiais, como também a população. Na noite de quarta-feira, 29, a Polícia Civil (PC) prendeu cinco pessoas por tráfico de entorpecentes. Foram capturadas 121 pedras de crack, 20 trouxas de cocaína e uma de maconha, além de dinheiro e documentos de terceiros. O município de, cerca de, 16 mil habitantes passa a ganhar novos ares e problemas de cidade grande.

Para o delegado da PC, Sandro Meinerz, o número de drogas apreendidas é altamente expressivo, para São Pedro. “Para uma cidade pequena que tem um índice de criminalidade razoavelmente baixo, realmente é uma quantidade elevada. O que demonstra que há uma alta procura”, diz. O delegado ainda acrescenta que o número de roubos a pedestres está aumentando no município.

Talvez tenhamos visto somente a ponta de um iceberg. “No local havia apenas a comercialização. Provavelmente a droga era escondida em outro local”, destaca Meinerz. O comércio do crack, segundo a PC, inicia durante a tarde e termina no final da madrugada. As investigações iniciaram depois que populares passaram a denunciar a situação. Para o delegado da Polícia é alarmante o número de jovens circulando no local durante a noite. “É mais movimentado que o centro da cidade”, afirma Sandro Meinerz.

O agravante, é que, o crack já faz parte da vida de centenas, talvez de milhares, de são-pedrenses. O entorpecente é responsável por mudanças nas estatísticas de criminalidade. O número de assaltos, roubos e práticas criminosas aumenta nas cidades onde o tráfico é predominante. Ainda não é o caso de São Pedro do Sul.

Em 50 dias, conforme a Polícia, sete traficantes foram presos. Um resultado positivo das investigações realizadas. O objetivo destes trabalhos é coibir o tráfico, a receptação do alucinógeno, o furto e o roubo no perímetro urbano.

A sociedade está diante de uma nova realidade, triste, predatória e incontrolável. Crianças, jovens e adultos podem se tornar vítima da epidemia mais temível da raça humana: o crack. E este problema não pode ficar somente nas mãos da polícia. A orientação e a educação dentro de casa são fundamentais e decisivas na hora de dizer “não” às drogas.

E-mail: colunabbb@gmail.com
Texto publicado no jornal Gazeta Regional do dia 01 de agosto de 2009